Açores querem potenciar turismo cultural associado à vertente natureza

16 de nov. de 2012, 16:47 — Lusa/AO online

“O nosso objetivo é que o nosso património cultural seja uma motivação primária para a escolha dos Açores como destino de férias e temos condições para isso”, salientou, em declarações à Lusa, o diretor executivo da ART, José Toste. O turismo cultural é o tema da quarta edição das jornadas de reflexão promovidas pela ART este ano, em parceria com o Instituto Açoriano de Cultura, um evento que decorre até sábado em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Segundo José Toste, a ART vai lançar neste encontro uma proposta para que os operadores turísticos e agentes de viagem trabalhem “o produto do ‘touring’ cultural e paisagístico”, num pacote que junte a paisagem dos Açores com o turismo cultural, conciliando também outros setores, desde a restauração à animação turística. O diretor executivo da ART reconheceu que será difícil “convencer os operadores a desviarem-se do modelo que já têm instalado”, mas frisou que a criação de um pacote alternativo permitiria “valorizar a imagem dos Açores”. “Para os nossos agentes de viagens há aqui um filão por explorar, que é criar diferentes rotas e itinerários temáticos”, sugeriu, em alternativa aos pacotes vendidos como “meia volta ou volta à ilha”. José Toste considerou que o património cultural dos Açores, tanto o material como o imaterial, é “vasto, rico e variado”, apontando como exemplos os monumentos, as festas do Espírito Santo, a tradição baleeira, os queijos e o vinho. “O próprio facto de haver dois sítios património mundial nos Açores, num espaço territorial tão pequeno, também é sinónimo desta riqueza”, frisou, referindo-se à classificação da Unesco – Organização das Nações Unidas para a Ciência, a Educação e a Cultura atribuída ao centro histórico de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e à paisagem da cultura da vinha, na ilha do Pico. O represente da ART sublinhou ainda que o perfil do turista que escolhe um destino por motivos culturais “interessa aos Açores” e explicou que “normalmente são famílias sem filhos aos seus encargos, reformados, pessoas com algum grau de educação e da classe social média-alta”. Para José Toste, os recursos já existem, falta apenas a “organização da oferta”, que a associação procura incentivar nas IV Jornadas de Reflexão de Animação Turística, onde vão estar reunidas cerca de duas centenas de empresários dos Açores ligados ao setor.