Açores podem “dar lição” para futuro do planeta
4 de jun. de 2021, 17:59
— Lusa/AO Online
"Temos uma centralidade no
planeta em matéria oceânica, mas também temos um legado de
sustentabilidade na oportunidade de realizar crescente bem estar e da
vivência do ser humano na sua ligação com a natureza", disse Bolieiro.José
Manuel Bolieiro falava no evento ‘All-Atlantic R&I for a
Sustainable Ocean: Ministerial High-level & Stakeholders
Conference’, promovido no âmbito da presidência portuguesa do Conselho
Europeu, que decorre em Ponta Delgada."Nunca
fomos, em nenhuma das nossas ilhas, em nenhum dos nossos mares à volta
de cada uma dessas ilhas, uma economia que exaurisse os recursos, que
não considerasse a sustentabilidade ambiental em terra e no mar, sabendo
sempre, ao longo de mais 500 anos, respeitar a natureza", declarou o
líder do executivo açoriano.Segundo
Bolieiro, "com a sua história, os Açores podem dar a lição ao futuro do
planeta e da globalização da economia, a par das políticas globais, para
a sustentabilidade, para o desenvolvimento, para a investigação e
inovação". José Manuel Bolieiro referiu
que, no atual século, os Açores “projetaram Portugal para além do
território da Península Ibérica” e hoje “estabelece-se um pacto para o
futuro e para as futuras gerações para contribuir para a cooperação
atlântica”.Para o chefe do executivo
açoriano, a região “reassume a sua importância no cenário europeu e
internacional graças à sua posição geopolítica e geotestratégica
privilegiada”.“Por outro lado, somos uma
frente que providencia à União Europeia decisões em termos de cooperação
externa”, querendo os Açores assumir-se como a “força motriz de uma
união que tende a ser produtiva”, sendo o oceano a ligação desta união,
acrescentou.O presidente do Governo
Regional dos Açores considerou que “apenas com cooperação internacional
se podem atingir resultados globais na preservação do oceano” Atlântico.Daí
que seja “urgente investir na diplomacia científica” e “apostar na
investigação e inovação no âmbito da cooperação transatlântica”.“É
essencial avançar com sinergias que promovam novas formas de
cooperação, que atraiam a comunidade científica nas áreas do espaço e
clima, pelo uso sustentável dos recursos marinhos do oceano Atlântico,
como é também crucial investir no desenvolvimento de novas tecnologias
que permitem a recolha de dados para um conhecimento mais profundo do
nosso oceano”, declarou o governante.Para
Boleiro, os Açores são uma “joia no meio do Atlântico”, que quer “estar
na linha da frente do engajamento do mar e integrar o núcleo das regiões
que abraçam o oceano como causa”.O líder
do executivo açoriano considerou ainda que a posição geoestratégia dos
Açores “é determinante”, sendo uma “porta para um vórtice triplo:
América do Norte, América do Sul e África”.