Açores pela primeira vez com quota de 55 toneladas para pesca de atum rabilho

Os atuneiros açorianos vão poder, pela primeira vez, fazer pesca dirigida ao rabilho, com acesso, a partir de quinta-feira e até meados de julho, a uma quota de 55 toneladas, anunciou o executivo regional.


Autor: Lusa/AO Online

“A partir já de amanhã [quinta-feira], e até meados de julho, os pescadores açorianos dispõem de uma quota de 55 toneladas de rabilho, podendo ainda atingir mais 100 toneladas para esta espécie em capturas acessórias”, avançou o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes.

O governante, que falava durante a cerimónia de apresentação do projeto de requalificação e modernização do entreposto frigorífico das Lajes das Flores, salientou que esta é “a espécie de atum com mais valor no mercado”.

A medida é o “resultado do trabalho que o Governo dos Açores tem feito junto da Comissão Europeia e da ICAT, a Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico, na defesa da pesca sustentável de salto e vara que se pratica na região”, frisou.

A pesca dos tunídeos movimenta 15 milhões de euros em lota na região, tendo representado "cerca de 40% do volume de pescado total transacionado em lota durante o ano passado”, explicou o secretário regional, que admitiu que “a fileira do atum tem ainda um grande potencial para crescer em valor e, neste sentido”, a tutela está “a trabalhar com os parceiros do setor, na valorização desta espécie”.

Foi ainda divulgado que, segundo o relatório do grupo de trabalho que acompanha os trabalhos do PO2020, os Açores são “a região do país com o maior investimento na área do mar, no âmbito da utilização dos fundos comunitários”.

A cerimónia, que aconteceu no segundo dia de visita do Governo Regional dos Açores à ilha das Flores, deu a conhecer o projeto de requalificação e modernização do entreposto frigorífico das Lajes das Flores, um investimento de 472 mil euros, cujo concurso será lançado ainda esta semana.

Este projeto enquadra-se na estratégia regional de “reforço das infraestruturas de conservação, congelação e armazenamento”, que se configura “como essencial para a valorização efetiva da fileira do atum nos Açores”, considerou o secretário regional.

O responsável pela tutela das pescas afirmou que “2018 foi um dos melhores anos de sempre em termos de rendimentos do setor, tendo-se atingido 38 milhões de euros na primeira venda em lota”, na região.

Na ilha das Flores, registou-se um aumento de 14% no preço de primeira venda do pescado, “já tendo sido descarregado o valor de 101 mil euros, que é um aumento significativo”.