Açores não estão “livres” de “situação complicada”
Covid-19
31 de jul. de 2020, 16:50
— Lusa/AO Online
O líder do executivo regional falava durante a
inauguração das remodelações no Hospital da Horta, onde foi recebido
por um protesto dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica dos
Açores. "Nós não estamos livres de termos
aqui na nossa região uma situação complicada do ponto vista da
covid-19. Não estamos livres de ter graves e sérios problemas do ponto
de vista da saúde publica na nossa região", declarou Vasco Cordeiro. O
presidente do Governo Regional referiu que a região está num "percurso
de passar de uma abordagem mais proibitiva" para uma abordagem que
"coloca no centro a responsabilidade individual" em relação à pandemia. "Dado
por assente que nós não podemos pura e simplesmente fechar empresas,
fechar a administração pública, fechar tudo e mais alguma cosia, recai
sobre cada um de nós grande parte dessa responsabilidade [de conter o
surto]", apontou.Vasco Cordeiro frisou que
a "primeira linha de defesa" da região no combate à covid-19 "não
reside" no Serviço Regional de Saúde (SRS), porque este só "entra em
ação" quando a população não é capaz de "cumprir as regras básicas" de
prevenção da infeção com o vírus da covid-19."O
comportamento individual não reside nos enfermeiros, não reside nos
médicos, não reside no Serviço Regional de Saúde. Esses entram em ação
por descuido, por desinteresse, por irresponsabilidade, em alguns
casos", apontou. A intervenção no Hospital
da Horta abrangeu remodelações no serviço de urgência e no hospital de
dia, que custaram cerca de sete milhões de euros. Segundo
o presidente do Governo dos Açores, a obra integra-se num conjunto de
investimentos que têm sido realizados com vista à "melhoria das
condições para a prestação de cuidados de saúde" no Faial. À
porta do Hospital da Horta, um grupo de 25 técnicos superiores de
diagnóstico e terapêutica protestaram devido à falta de progressos nas
negociações com a secretária regional da Saúde, Teresa Luciano. Os
profissionais, que reivindicam o descongelamento da carreira e a
equiparação a outras carreiras da administração pública, tiveram uma
reunião esta manhã com a secretária da Saúde, mas alegam que as
condições apresentas pelo Governo dos Açores já tinham sido propostas
anteriormente. "Estamos aqui numa ação de
protesto. Fizemos greve há uns dias e a secretária disse-nos que ia
fazer uma reunião hoje. E o que nos foi apresentado hoje na reunião foi
exatamente o mesmo que nos levou a fazer greve", afirmou Carlos Laranjo,
representante daqueles técnicos. Carlos
Laranjo salientou o "desagrado" dos técnicos e avançou que a reunião foi
"suspensa", estando previsto que seja retomada durante a tarde: "Vamos
ver o que nos vai ser apresentado", referiu.