Açores levam cerâmica e cestaria a feira de artesanato de Cabo Verde
29 de nov. de 2019, 17:19
— Lusa/AO online
Marina Mendonça e
Paulo Melo, das ilhas de Santa Maria e de São Miguel, nos Açores,
estreiam-se na principal feira de artesanato de Cabo Verde, que vai já
na quarta edição, convidados pela organização para mostrar o que de
melhor os Açores fazem nesta área.Ao stand que têm na feira levam a cerâmica e a cestaria, nomeadamente bonecas de folha de milho.“Está
a correr muito bem. As pessoas gostam, conhecem as ilhas, há uma certa
afinidade”, sublinhou a artesã portuguesa, em declarações à Lusa.Por
estes dias, a praça Amílcar Cabral, no centro do Mindelo, recebe a
exposição de quase 200 artesãos, essencialmente cabo-verdianos, mas
também os dois dos Açores, com peças de cerâmica, cestaria, bordados,
brinquedos, instrumentos musicais, latoaria, tecelagem ou calçado, entre
outros.“Se me convidarem, eu estou cá
para o ano”, garante Marina, que juntamente com Paulo Melo são os únicos
artesãos estrangeiros na feira, ambos surpreendidos pela adesão na
feira.Em quatro anos desta feira, artesãos
dos Açores marcam presença pela terceira vez, ao abrigo do projeto
Craft & Art do Centro Regional de Apoio ao Artesanato dos Açores,
que tem como objetivo reposicionar o artesanato açoriano, nomeadamente
da nova geração de artesãos.Já a URDI é
promovida pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo
Verde e ao longo de cinco dias promove, no Centro Nacional de Arte,
Artesanato e Design, também no Mindelo, encontros com mestres artesãos,
designers, artistas, arquitetos, académicos e agentes culturais de
Angola, Bélgica, Brasil, Espanha, Guiné-Bissau e Portugal.Na
quinta-feira, no âmbito da feira, já foram entregues a cerca de 20
artesãos cabo-verdianos com mais de 65 anos Carta de Artesão e respetivo
Cartão de Artesão e selos “Created in Cabo Verde”, o que acontece pela
primeira vez, no âmbito da nova legislação aprovada.Esta quarta edição da URDI arrancou em 27 de novembro e prolonga-se até 01 de dezembro, sob o lema MÚSICA - Poéticas Visuais.Um
dos destaques desta edição vai para uma exposição que retrata a vida e
obra do mestre artesão João Baptista Fonseca (1924-1997), uma das
maiores referências contemporâneas de Cabo Verde ao nível dos
instrumentos musicais. A exposição integra instrumentos construídos pelo
artesão, nascido na ilha cabo-verdiana de Santo Antão, devidamente
recuperados, como o violão, o cavaquinho ou a guitarra portuguesa.