Açores entre os piores nos testes intermédios do 3º ciclo e secundário

22 de fev. de 2013, 17:29 — Lusa/AO Online

Os resultados estão espelhados no relatório publicado esta sexta-feira pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), segundo o qual algumas fragilidades identificadas para cada disciplina apresentam “um caráter recorrente”. O GAVE sublinha que, ao fim de vários anos de projeto (de testes intermédios), “parece não haver ainda evidências consistentes que indiciem sinais de superação clara das dificuldades de aprendizagem”. Como exemplo são citadas as disciplinas com um histórico de aplicação destes testes em pelo menos três anos: Matemática A, Biologia e Geologia e Física e Química A, no Ensino Secundário, e Português e Matemática no 3.º Ciclo. Por regiões, e tomando como exemplo o secundário, o Baixo Mondego apresenta uma média de 10,3 valores nos testes de Matemática A (10.º, 11.º e 12.º), contra 7,8 do Alto Alentejo. Em Física e Química A (10.º e 11.º), todas as regiões apresentam média negativa, sendo a mais alta de 8,4 no Baixo Mondego e a mais baixa de 6,3, no Alto Alentejo. Em Geologia e Biologia (10.º e 11.º), o Baixo Mondego continua a surgir com a média mais elevada (10,4) , enquanto a mais baixa pertence à Serra da Estrela (8,6). Os resultados dos testes de 2012 permitem, mais uma vez, identificar “dificuldades em áreas críticas da aprendizagem, estruturantes para os percursos escolares dos alunos”, refere-se no documento. Os problemas evidenciados na disciplina de Português, por exemplo, ao nível dos modelos processuais de escrita, da planificação, da textualização e da revisão e reescrita de textos, bem como no plano da correção ortográfica, “são recorrentemente identificados como fragilidades ao longo do currículo em todas as disciplinas”. Estas dificuldades revelam-se “sempre que é solicitada a escrita de textos que sustentem as respostas a itens de resposta construída, em particular extensa”. Recomenda-se para os anos de escolaridade mais avançados “a leitura de textos de caráter informativo” como estratégia para desenvolver as capacidades de estruturação e de organização de informação mais complexa. O GAVE sublinha que as fragilidades no domínio da língua se repercutem nos resultados de um grande número de disciplinas em que “a mobilização da escrita é essencial para a produção das respostas em contexto de teste/exame”. Muitas respostas revelam-se parcial ou totalmente incorretas, devido à “incapacidade de reconhecer corretamente o significado dos verbos”, o que penaliza “fortemente” os resultados dos testes. No relatório frisa-se também a “dificuldade no uso rigoroso de vocabulário específico/científico”, adequado a cada situação. A análise dos testes revela que, em Matemática, são desde cedo identificadas dificuldades na análise e resolução de problemas, que se replicam e agudizam ao longo da escolaridade. Estes aspetos estão “reconhecidamente presentes” no 3.º Ciclo e no Ensino Secundário na disciplina de Matemática, mas também em Física e Química A. Na área das ciências naturais, os autores do relatório recomendam o reforço de uma aprendizagem “construída em contextos de atividade experimental”, que desenvolva as capacidades de observação e interpretação de resultados. A análise e interpretação de gráficos e mapas é outra área que carece de uma abordagem mais eficiente para melhorar os resultados, segundo o GAVE.