Açores e Madeira dizem que regiões ultraperiféricas são terras de oportunidades
22 de nov. de 2018, 16:07
— Lusa/AO Online
"Aquilo
que hoje fizemos aqui foi dizer que as Regiões Ultraperiféricas têm os
seus desafios, têm as suas dificuldades, mas têm também muitas
oportunidades que urge concretizar em benefício da sua economia, dos
seus Povos e da própria União Europeia", afirmou o presidente do Governo
dos Açores, Vasco Cordeiro, falando após a apresentação da declaração
final da reunião que decorre até sexta-feira em Las Palmas, nas
Canárias, Espanha.O
presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, não esteve
presente na sessão de formalização do texto final, mas aos jornalistas o
seu chefe de gabinete, José Luís Medeiros Gaspar, valorizou "o que foi
conseguido" em prol do "reforço de todo um trabalho que tem vindo a ser
feito ao longo deste ano".O
texto final, que será agora enviado às instituições europeias e aos
Governos de Portugal, França e Espanha, não mereceu propostas de
alteração da Madeira, mas os Açores propuseram algumas mudanças."Quando
vemos uma estrada, um centro de saúde ou uma escola que é construída
também com contributo de recursos financeiros da UE, ao abrigo da
Política de Coesão, é a Europa que está em ação aí", lembrou Vasco
Cordeiro.A
conferência rejeitou hoje "qualquer redução das taxas de cofinanciamento
europeu" e exigiu de Bruxelas a reposição da taxa nos 85%.O
cofinanciamento europeu é o instrumento que permite, por exemplo, às
autarquias locais receberem apoio na implementação ou construção de
projetos ou obras, sendo que quanto maior a taxa de cofinanciamento
menor orçamento próprio é necessário destinar à referida obra.Os
presidentes das regiões pedem ainda que o cofinanciamento nacional ou
regional dos programas "não seja contabilizado no cálculo dos deficits
públicos".Reconhecendo
que "a União Europeia conhece, atualmente, as mais profundas
transformações da sua história recente", os presidentes das regiões
ultraperiféricas requerem "uma atenção continuada e uma unidade de ação
da parte do Conselho e do Parlamento Europeu, independentemente do
quadro legislativo e financeiro que vier a ser definido depois das
eleições" europeias de maio de 2019.É
também advogada, no texto final, a "necessidade de uma conclusão, tão
rápida quanto possível, das negociações sobre o próximo quadro
financeiro plurianual e os seus diferentes regulamentos e programas,
para evitar hiatos e disrupções prejudiciais ao contínuo crescimento
económico e social" da União Europeia e das regiões.Um
"orçamento europeu ambicioso que privilegie as políticas com forte
impacto territorial" é também uma necessidade global, advogam as
regiões, que pedem ainda a manutenção, "nos níveis atuais, das dotações
financeiras, nomeadamente na Coesão e na Agricultura, indispensáveis ao
crescimento e ao emprego".Na
sexta-feira, realiza-se a Sessão de Parceria, que integra também
representantes dos Estados-membros da União Europeia e das instituições
europeias e na qual, além de todos os presidentes das regiões
ultraperiféricas, vão também intervir o rei Felipe VI de Espanha e a
comissária europeia da Política Regional, Corina Crețu.A
CPRUP é uma estrutura de cooperação política que junta os presidentes
dos órgãos executivos das regiões ultraperiféricas dos Açores, Madeira,
Canárias, Guadalupe, Guiana, Martinica, Reunião, Maiote e Saint-Martin,
territórios que, no seu conjunto, abrangem quase cinco milhões de
cidadãos europeus.