Açores "devem forçar" suspensão das ligações aéreas
Covid-19
16 de mar. de 2020, 15:02
— Lusa/AO Online
Numa nota
enviada às redações, a representação parlamentar do Partido Popular
Monárquico (PPM) na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores
refere que "apesar desta solicitação, o Governo da República e o
Presidente da República estão a forçar os Açores a manter as ligações
aéreas com o exterior, num momento em que isso significa submeter a
população açoriana a riscos inaceitáveis no âmbito da explosiva
propagação da pandemia"."Trata-se de uma
atitude absolutamente irresponsável e até criminosa, tendo em conta os
riscos que acarreta para a população. O nosso sistema regional de saúde
não tem os meios necessários para enfrentar e garantir os cuidados
médicos necessários a toda a população se tiver de enfrentar uma
avalanche de casos de Covid-19. E é precisamente isso que irá suceder se
as ligações aéreas com o exterior continuarem a suceder", alerta o
deputado único do PPM nos Açores, Paulo Estêvão.Na
nota de imprensa, o deputado considera que "os órgãos de governo
próprio dos Açores não devem acatar a atitude irracional do
primeiro-ministro e que, em defesa dos superiores interesses do Povo dos
Açores, devem os mesmos desenvolver as ações necessárias para
suspender, de facto, as ligações aéreas entre a Região e o exterior". Para
o PPM, "os órgãos de governo próprio dos Açores devem forçar, através
dos meios ao seu alcance, a suspensão das ligações aéreas dos Açores com
o exterior"."A humilhação e a
deslegitimação que a atitude do Governo da República significa para os
órgãos de governo próprio da Região é imensa. Uma parte significativa da
população açoriana está agora a aperceber-se das enormes limitações do
atual regime autonómico face à força brutal e muitas vezes irracional do
centralismo de Lisboa. António Costa está a dinamitar o regime
autonómico e a fazer renascer das cinzas o movimento independentista
açoriano", aponta Paulo Estêvão.O deputado
sublinha que a pandemia do novo coronavírus "acabará por ser contida
nos próximos meses", mas alerta que "a forma como a República impôs" à
região "uma situação de alto risco, calcando o prestígio das
instituições autonómicas, terá consequências muito mais duradoras para o
futuro da relação política entre o Estado português e os Açores". Na Região Autónoma dos Açores, foi até agora registado um caso de infeção pelo novo coronavírus.Trata-se
de uma mulher de 29 anos, residente na ilha Terceira, com história de
passagem recente por Amsterdão, na Holanda, e Felgueiras, e que, segundo
a autoridade de saúde regional, apresenta "neste momento situação
clínica estável e continua internada no Hospital de Santo Espírito da
Ilha Terceira".