Açores defendem base das Lajes como "indispensável" para defesa do ocidente
17 de mai. de 2022, 15:16
— Lusa/AO Online
“A base das Lajes
continua a ser um recurso indispensável para a defesa do mundo ocidental
e a preservação da paz no mundo. Não tenhamos dúvida disso. Essencial
durante todo o século XX, a base das Lajes pode, no contexto geopolítico
mundial atual, reassumir um papel determinante ao nível de segurança e
defesa”, avançou o vice-presidente do executivo açoriano, Artur Lima.O
governante falava, na base das Lajes, na sessão de abertura da segunda
edição do curso de segurança marítima, promovido pelo Centro do
Atlântico.Artur Lima considerou que aquela iniciativa “corrobora a importância geoestratégica” dos Açores.“A
centralidade do arquipélago, associada à vastidão da sua Zona Económica
Exclusiva, ao ativo geopolítico que é a base das Lajes e à
potencialidade dos seus recursos, configura uma oportunidade renovada
para a Portugal, para a Europa e para o mundo”, frisou.Para
o vice-presidente do executivo açoriano, é preciso assegurar que o
desenvolvimento da região é “impulsionado a partir do aproveitamento
cabal” do seu “potencial geoestratégico e geopolítico”, que traga
“retorno económico efetivo”.O governante,
que tutela a pasta da Ciência, defendeu a aposta numa “investigação
científica adequada e alicerçada no efeito reprodutor que deve ter para a
economia açoriana”.“A valorização da
nossa geocentralidade atlântica é um desafio que deve merecer a nossa
melhor atenção, para que possa ser concretizado na íntegra”, defendeu. “Não
haja dúvidas de que serão imensos os ganhos que podem advir dos nossos
ativos estratégicos. Estejamos todos preparados – órgãos de governo
próprio da região, Governo da República e parceiros internacionais –
para corresponder a mais este desafio”, salientou.Também
presente na sessão de abertura do curso de segurança marítima, o
comandante da Zona Aérea dos Açores, brigadeiro-general João Gonçalves,
apelou aos participantes de diferentes países para que “fortaleçam a
cooperação entre todos”, para lá desta semana de formação.João
Gonçalves salientou que este curso tem uma abordagem mais alargada
sobre a segurança, que inclui temas como “as alterações climáticas e a
poluição, a proteção dos direitos humanos e as questões de género”.“Como
comunidade, sabemos todos as ameaças que enfrentamos e a nossa
responsabilidade para desenvolver soluções para preservar o oceano e os
seus ecossistemas. Temos de ser sustentáveis e de agir de forma
sustentável, para encontrar soluções que permitam que o oceano seja uma
fonte de vida, de desenvolvimento sustentável e de crescimento
económico, não um cemitério para o futuro”, apontou.O
responsável defendeu o desenvolvimento e uso de “tecnologias que
permitam ter uma presença no mar, na terra, no ar, no espaço e no
ciberespaço, em todo o Atlântico, para monitorizar, implementar,
controlar e aplicar políticas comuns às organizações próprias”.Oficializado
em 2021, por iniciativa do governo português, o Centro do Atlântico
integra atualmente 20 países, da Europa, África e América, e terá sede
na base das Lajes, na ilha Terceira.O
curso, que este ano tem como tema “Segurança Marítima e Segurança
Humana”, conta com a participação de 30 auditores de nove países
atlânticos.