Açores criticam Governo da República pela falta de financiamento à Universidade
12 de jan. de 2023, 11:20
— Lusa/AO Online
“Para que possamos
prosseguir o caminho de crescimento da produção científica, o Governo da
República tem de tratar com discriminação positiva a Universidade dos
Açores (UAc)”, afirmou a secretária da Educação do Governo dos Açores
(PSD/CDS-PP/PPM), Sofia Ribeiro, durante a cerimónia de 47º. aniversário
da UAc, que decorreu em Ponta Delgada.A
governante lembrou o reforço de verbas regionais para suportar a
tripolaridade da UAc “com a transferência de meio milhão de euros em
2021, 650 mil euros em 2022 e 800 mil euros para 2023”.“Nós
cumprimos, mesmo quando o Governo da República não cumpriu, e
cumpriremos, mesmo quando a República continuar a negar as suas
responsabilidades”, declarou.O presidente
da Assembleia Legislativa Regional, Luís Garcia, defendeu um
“financiamento previsível” para a UAc e avisou que o “Estado está em
falta” com a academia açoriana.“É
importante majorar o financiamento das universidades insulares. A
Universidade dos Açores não pode continuar ano após ano de mão
estendida. A República não tem feito outra coisa que não empurrá-la para
uma asfixia lenta e agoniante”, criticou.O
representante da República para os Açores, Pedro Catarino, realçou a
importância da UAc para a coesão do arquipélago, apelando a uma
“comunhão de propósitos” entre os governos nacionais e regionais, que
devem assumir uma “ação resoluta e ambiciosa”.“O
Governo central e o Governo Regional devem andar de mãos dadas,
procurando falar entre si de forma aberta e construtiva pois só assim se
conseguirá chegar a bom porto”, defendeu.Só
através dessa “comunhão de propósitos”, prosseguiu Catarino, vai ser
possível “evitar estrangulamentos” como a “recentemente anunciada
redução do contingente” para alunos açorianos, exemplificou.O
Governo Regional dos Açores decidiu hoje enviar uma carta à ministra da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a contestar uma possível redução
do contingente de vagas para alunos açorianos nas universidades.Na
sexta-feira, o jornal Público revelou que, no âmbito da revisão do
modelo de acesso ao ensino superior, o Governo pretende reduzir as vagas
destinadas aos alunos dos Açores e da Madeira no ensino superior do
continente.Assim, cada um dos contingentes
especiais para candidatos oriundos das regiões autónomas passará a ter
2% das vagas reservadas em cada curso, sendo que, atualmente, 3,5% dos
lugares estão guardados para alunos da Madeira e dos Açores, segundo a
proposta, a que o jornal teve acesso.