Açores consideram prioritário alargar zona marítima de proteção permanente até às 200 milhas
10 de ago. de 2020, 14:04
— Lusa/AO Online
A
posição é defendida no âmbito de uma consulta pública da Comissão
Europeia sobre restrições à igualdade de acesso às águas, do Regulamento
da Política Comum de Pescas.Numa nota
enviada às redações, o executivo açoriano refere ser “absolutamente
prioritário” existir uma zona marítima de proteção permanente de 200
milhas no mar da região, acrescentando que o objetivo é “proporcionar
uma discriminação positiva de acesso” aos recursos do mar por parte da
frota artesanal e das comunidades piscatórias açorianas, permitindo,
simultaneamente, “preservar a economia local e dar cumprimento aos
Tratados e à própria Política Comum de Pescas”.O
artigo 5.º do Regulamento da União Europeia n.º 1380/2013 relativo à
Política Comum de Pescas, que define as regras gerais de acesso às
águas, possibilitou a exclusividade da atividade da pesca dentro da zona
das 100 milhas a navios de pesca registados nos portos dos Açores. O
Governo dos Açores entende que “deve ser assegurada a manutenção desta
orientação, devendo o acesso aos recursos vivos ser exclusivo às
embarcações registadas nos portos da região e a embarcações por si
autorizadas”, lê-se no documento enviado à Comissão Europeia, através da
DGRM (Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços
Marítimos).O executivo açoriano, “por
forma a garantir a sustentabilidade dos ecossistemas e dos recursos
marinhos, a coesão social e a economia local, mantém a intenção de
defender uma zona marítima de proteção permanente de 200 milhas nos
Açores, no âmbito da região biogeográfica marinha da Macaronésia”, diz a
nota.Segundo a nota divulgada, a
região"tem vindo, ao longo dos anos, a implementar medidas de proteção e
de restrição do acesso às águas da subárea Açores da zona económica
exclusiva nacional", através de portarias ou de decretos legislativos
regionais para "compatibilizar a pesca com a conservação dos recursos
biológicos marinhos, contribuindo assim para a sustentabilidade
ambiental, económica e social a longo prazo”. O
Governo Regional frisa também que “tem vindo a intensificar os esforços
para garantir a sustentabilidade da pesca, através de programas de
monitorização e da certificação, não só dos profissionais, como dos
produtos da pesca”.No documento é também
evocada “a determinação” da região em alcançar os objetivos
internacionais da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável,
da Convenção sobre Diversidade Biológica e da União Internacional para
Conservação da Natureza que perspetivam, entre outros, a implementação
de uma rede de novas áreas marinhas protegidas.