Açores com vasto potencial turistico de património subaquático
26 de mai. de 2023, 17:04
— Lusa
“Há
100 sítios registados na carta arqueológica, na sequência de trabalhos
de investigação feitos por arqueólogos, destes 35 reúnem condições para
visitas. Mas, não quer dizer que no futuro não sejam criadas reservas
que reúnam condições para serem espaços de visitação”, afirmou o
arqueólogo Pedro Parreira.Pedro Parreira,
coordenador técnico do projeto 'Margullar 2' falava em declarações aos
jornalistas, no âmbito da apresentação da segunda versão da iniciativa
na área do património cultural subaquático, que visa a criação de um
novo produto de turismo, assente no potencial da arqueologia subaquática
na Macaronésia.Segundo o arqueólogo, a
primeira versão do projeto, da Comissão Europeia, permitiu criar um
roteiro que conta atualmente com 35 sítios visitáveis."O
objetivo deste segundo projeto é trazer este património para terra. Ou
seja, trazer dados e informação, democratizando o acesso ao mesmo,
porque nem todas as pessoas têm a possibilidade de mergulhar" não
conseguindo aceder à "história submersa", explicou Pedro Parreira.A
direção regional dos Assuntos Culturais conta com a parceria de
especialistas internacionais, no âmbito do desenvolvimento deste
projeto, o que irá permitir, nesta segunda fase, a criação de uma base
de dados "exaustiva" para todos os naufrágios documentados, segundo
adiantou Pedro Parreira.O projeto 'Margullar 2' foi iniciado em 2020, mas que apenas começou a ter execução em 2021.É
um projeto focado no binómio turismo-cultura, vocacionado para
estimular a economia local e desenvolver a investigação e a salvaguarda
do património arqueológico dos mares dos Açores, de acordo com a
secretaria Regional da Educação e Assuntos Culturais.Neste
âmbito, já está elaborado o manual de boas práticas para a salvaguarda
daquele património e já foi lançado o primeiro centro para o
conhecimento e sensibilização do património subaquático dos Açores, no
Banco das Artes, na cidade da Horta, na ilha do Faial.E,
"em breve", serão lançados mais dois, um em São Jorge e outro no Pico,
avançou ainda a secretária regional da Educação e dos Assuntos
Culturais, Sofia Ribeiro."O projeto entrou
numa fase que estão a ser criados em terra estes centros
interpretativos destes naufrágios possibilitando o acesso a esse valor
subaquático, para quem não mergulha", sublinhou, em declarações aos
jornalistas.Para o futuro, prevê-se ainda contar com três novos Parques Arqueológicos Subaquáticos, ao largo do Pico, Graciosa e Faial.No
caso concreto da ilha de São Miguel, o projeto permitiu criar um ciclo
de documentários sobre o seu Parque Arqueológico Subaquático, ao largo
de Ponta Delgada, para além de ter incluído quatro novos pontos de
interesse no roteiro de locais visitáveis. Em
2021, a direção regional dos Assuntos Culturais criou uma Reserva
Subaquática, junto ao ilhéu de Rosto de Cão, em São Miguel que trouxe
novos produtos dinâmicos para a comunidade local de operadores
marítimo-turísticos. A secretária regional
do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, destacou a
importância do projeto em causa para a diversificação das atividades
turísticas, o que permite chegar a novos públicos e deixar valor
acrescentado na Região, onde o turismo tem sido "uma mola"
impulsionadora da economia.