Açores com quase o dobro de dormidas turísticas por 100 habitantes do que a média nacional

13 de mar. de 2023, 12:43 — Lusa/AO Online

Em 2021, o arquipélago registou 616 dormidas em alojamentos turísticos por cada 100 habitantes, quando a nível nacional o número se ficou pelos 360.A ilha das Flores foi a que registou o número mais elevado, com 1.228 dormidas por cada 100 habitantes, mas acima da média regional ficaram também Faial (881), São Miguel (680) e Pico (643).Os dados integram o “Retrato dos Açores”, da Pordata, base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos.O retrato de 2023 foi divulgado a propósito do lançamento do livro “Jénifer, ou a princesa da França – as ilhas (realmente) desconhecidas”, de Joel Neto, integrado na coleção de Retratos da Fundação, que decorre esta segunda-feira em Ponta Delgada, com um debate sobre o futuro dos Açores.Em 2021, o arquipélago tinha 367 alojamentos turísticos (5,9% dos existentes em Portugal), que acolheram 501.158 hóspedes (3,5% dos registados no país) e tiveram cerca de 77,7 milhões de euros de proveitos.Segundo o retrato da Pordata, nesse ano, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita nos Açores (18.690 euros) foi inferior ao nacional (20.698).O poder de compra dos habitantes dos Açores, em 2019, era também inferior ao da média nacional, ficando-se pelos 88 por cada 100 em Portugal.O Faial é a ilha que mais se aproxima do poder de compra nacional (90,7) e o Corvo a ilha mais distante (74,9).Em 2021, viviam, em média, 2,1 pessoas por alojamento familiar nos Açores, um número superior à média do todo nacional (1,7).A região tinha, nesse ano, 113.308 alojamentos familiares e o valor mediano de avaliação bancária era de 969 euros por metro quadrado, inferior ao nacional (1.231 euros).A taxa de abandono escolar precoce, referente a jovens entre os 18 e os 24 anos fora do sistema de ensino, sem o secundário completo, foi de 27% nos Açores, em 2022, quando a nível nacional se ficou pelos 6%.Na população entre os 16 e os 89 anos, nos Açores, 63% não têm ensino superior e no país o valor é de 50%.Em 2021, o arquipélago apresentou também uma taxa de retenção e desistência no ensino secundário superior, tanto nos cursos gerais (12%), como nos tecnológicos e profissionais (15%). A média nacional foi de 8 e 9%, respetivamente.Nos Açores, 23,2% da população empregada em 2022 tinha o ensino superior, quando a média nacional já atingia os 34,5%.A percentagem de pessoas a trabalhar por conta própria na região (8,4%) era inferior à média nacional (9,3%).O setor primário tinha um peso maior no arquipélago (8%) do que em Portugal (3%), verificando-se o oposto no setor secundário, que representava 16% da população empregada nos Açores e 25% a nível nacional.Já o setor terciário, com maior peso nos dois indicadores, atingia os 76% nos Açores e 73% no todo nacional.Em 2021, 17.280 pessoas recebiam Rendimento Social de Inserção (RSI) nos Açores (6,6% do total de beneficiários do país).Entre a população residente no arquipélago com mais de 15 anos, 8,5% era beneficiária de RSI, quando a nível nacional esse valor atingia os 2,9%. São Miguel era a única ilha acima da média regional (12%).Quanto à ciência, os Açores tinham dois investigadores por 1000 ativos, em 2021, cinco vezes menos que a nível nacional (11).O arquipélago registou, nesse ano, uma despesa de cerca de 18.3 milhões de euros em investigação e desenvolvimento, mais de metade (64%) assegurada pelo ensino superior, 16% pelas empresas e 13% pelo Estado.A nível nacional, o investimento das empresas representou a maior fatia (60%), seguindo-se o ensino superior (33%) e o Estado (5%).