Açores com novo projeto para restauração de solos contaminados
23 de nov. de 2022, 11:19
— Lusa/AO Online
“Ao nível da
operacionalização das medidas para promoção da qualidade ambiental,
destaca-se um novo projeto para biorremediação e restauro de solos
contaminados, no âmbito de um protocolo firmado com o Fundo Ambiental,
no montante de 500 mil euros”, afirmou o secretário do Ambiente e
Alterações Climáticas, Alonso Miguel, na discussão do Plano e Orçamento
da região para 2023, que decorre na Assembleia Legislativa, na Horta.O
Fundo Ambiental, da responsabilidade do Governo da República, foi
criado em 2016, numa altura em que o Ministério do Ambiente era liderado
por Matos Fernandes (PS).Em 2005, num
estudo realizado pelos militares norte-americanos, foram identificados
35 locais contaminados com hidrocarbonetos e metais pesados nos solos e
aquíferos da ilha Terceira. A contaminação foi confirmada, em 2009, por
estudos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil.No
debate do Orçamento Regional, Alonso Miguel destacou que o Plano para
2023 contempla um regime jurídico-financeiro de apoio à emergência
climática, que aloca “400 mil euros para apoio às populações na
sequência de intempéries”.O secretário do
Ambiente adiantou ainda que já foram entregues mais de 3,5 milhões de
embalagens ao abrigo do sistema de depósito de embalagens não
reutilizáveis de bebidas implementado em 2022.O
governante prometeu também submeter ao parlamento açoriano, até ao
final do ano, o novo Programa Estratégico de Prevenção e Gestão de
Resíduos dos Açores e realçou que estão previstos 1,8 milhões de euros
para a “monitorização, manutenção e requalificação da rede hidrográfica”
da região.No debate, Pedro Neves, do PAN,
acusou o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) de “fazer exatamente o
mesmo” dos anteriores, condenando a taxa de execução da secretaria
regional quanto ao Plano para 2022 que ficou abaixo dos 30% no terceiro
trimestre do ano.Na resposta, Alonso
Miguel justificou a baixa taxa de execução com os “projetos longos” que
estão a ser implementados, garantindo que a execução vai aumentar até ao
final do ano.“A execução será muito superior àquilo que o senhor julga”, contrapôs o governante.A
socialista Joana Pombo Tavares também criticou a “incapacidade” da
secretaria regional em executar o Plano de 2022, alertando para o
“desinvestimento” no ambiente e condenando as “medidas avulsas” e a
“falta de estratégia” do governo.A deputada do PS considerou ainda que os funcionários da rede de centros ambientais têm sido “escravizados”.Marco
Costa, do PSD, enalteceu as medidas do Governo Regional quanto aos
plásticos de utilização única e quanto ao roteiro para a neutralidade
carbónica, enquanto o parlamentar do CDS-PP Pedro Pinto alertou para a
necessidade de implementar o sistema de alerta de cheias e o deputado
independente, Carlos Furtado, insistiu na necessidade de rever a gestão
de resíduos na ilha de São Miguel.O PS,
pelos deputados Andreia Cardoso e Vasco Cordeiro, questionou várias
vezes Alonso Miguel sobre o aumento de 1,3 milhões de euros na despesa
do seu gabinete de 2022 para 2023.Na
resposta, o governante frisou que o seu “gabinete é igual ao do ano
passado”, referindo que foram integrados cerca de 200 funcionários da
Azorina, uma empresa que foi extinta pelo executivo.O
Orçamento dos Açores para 2023, de cerca de 1,9 mil milhões de euros,
começou a ser debatido no plenário da Assembleia Legislativa Regional na
segunda-feira, onde a votação final global deve acontecer na quinta ou
na sexta-feira.