Açores com mais 92% de fundos comunitários face a quadro anterior
10 de set. de 2020, 19:29
— Lusa/AO online
“Em termos globais, e não estando
ainda definidos os fundos comunitários referentes à Agricultura e
Pescas, que decorre num processo setorial distinto, os Açores já
conseguiram assegurar, no total de fundos europeus, um aumento dos 1.618
milhões de euros de que beneficiámos entre 2014 e 2020, para 2.763
milhões de euros no período 2021/2027, ao qual irão acrescer os reforços
que venham acorrer nos fundos destinados às Pescas e Agricultura”,
afirmou hoje, em conferência de imprensa, o presidente do Governo
Regional.Vasco Cordeiro completou,
explicando que “comparando todos os fundos comunitários que estiveram
disponíveis para a região no período 2014-2020, com aqueles que
vigorarão no período 2021-2027, – assumindo aqui, por precaução, a
manutenção dos valores dos fundos afetos às Pescas e à Agricultura (…)”,
– os Açores passam de “cerca de 2.112 milhões de euros, para 3.257
milhões” no novo quadro comunitário.Na
componente da Política de Coesão, os Açores recebem mais 9%, num total
de 1.359 milhões de euros, sendo a maioria, 1.147 milhões de euros,
relativos aos programas FEDER e FSE, enquanto 135,7 milhões de euros vêm
do Fundo de Coesão e 76,5 milhões referem-se ao apoio específico para
as Regiões Ultraperiféricas.O chefe do
executivo realçou que estas verbas foram negociadas “num contexto mais
difícil”, já que, “no âmbito da Política de Coesão, o país passou a ter
mais uma região a beneficiar dos mesmos fundos – a Madeira”.Quanto
ao Plano de Recuperação Europeia, “uma parte substancial dos fundos
comunitários são afetos a todo o país, beneficiando todas as regiões,
independentemente do seu grau de desenvolvimento, sendo o critério de
afetação ao país determinado, exclusivamente, pelo valor ‘per capita’".Os
Açores, seguindo esse critério, teriam direito a “2,37% do total da
dotação nacional”, mas conseguiram “mais do que duplicar as verbas a que
teriam direito”, caso se aplicasse a distribuição ‘per capita’, “tendo
assegurado 6% do total do fundo REACT-EU e 5% do total do IRR
[Instrumento de Recuperação e Resiliência] destinado ao país”, indicou.Assim,
foi garantido “um reforço de 117,5 milhões de euros do atual PO Açores
2020, disponibilizado através do novo instrumento financeiro REACT-EU,
que permitirá aumentar as dotações FEDER e FSE, entre 2021 e 2023, nesse
valor, e incrementar significativamente o investimento previsto para
este período”, adiantou o presidente do Governo Regional.Além
da verba afeta ao REACT-EU, o Plano de Recuperação Europeu irá
disponibilizar 720,1 milhões de euros, a ser executados entre 2021 e
2026, através do Instrumento de Recuperação e Resiliência (IRR), bem
como 198 milhões de euros para a recuperação dos danos causados pelo
furacão Lorenzo.Assim, são 1.035 milhões
de euros que entram na região através do Plano de Recuperação Europeu,
um “novo fundo” que “visa financiar a implementação de reformas
estruturais”.O governante esclareceu,
ainda, que, para o novo Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027, as
opções de investimento “deverão ser definidas também envolvendo
parceiros sociais e partidos políticos, numa fase que, necessariamente,
decorrerá após a tomada de posse do novo Governo Regional em funções”.