Açores com aumento de casos de violência doméstica
23 de nov. de 2022, 17:29
— Lusa/AO Online
O Comando
Regional da PSP está a desenvolver nos Açores a operação “Violência fica
à porta”, que decorre até sexta-feira, Dia da Eliminação da Violência
contra as Mulheres.Em declarações à Lusa, o
subcomissário Eurico Machado, porta-voz do Comando Regional dos Açores,
refere que a operação visa “inquirir sobre a temática da violência
doméstica, que é bastante importante”.Segundo
o porta-voz do Comando Regional dos Açores, o crime de violência
doméstica “tem ainda bastante incidência na região, está bem presente”,
mas é “bastante complexo”, cometido “entre paredes, num ambiente mais
interno e familiar”.“A pedagogia e o
trabalho de consciencialização junto das vítimas e de potenciais
testemunhas torna-se bastante importante na prevenção deste crime”,
refere o subcomissário Eurico Machado, salientando que a PSP tem equipas
de apoio à vítima que promovem a “monitorização e desenvolvimento do
processo-crime, que muitas vezes é continuado”.Para
além do “apuramento de eventuais novas situações, pode-se contribuir
para o incremento do sentimento de segurança da vítima”, acrescenta o
responsável. O Comando Regional dos
Açores, através das divisões policiais, está no terreno para “alertar a
sociedade para os casos de violência contra as mulheres, nomeadamente
casos de abuso ou assédio sexual, maus tratos físicos e psicológicos”.No
contexto do país, foram registadas 26.520 participações por violência
doméstica em 2021, o que representa uma diminuição de 4% face a 2020,
sendo que a violência contra o cônjuge ou análogo representa 85% das
queixas, segundo o relatório anual de segurança interna do ano passado.Évora (mais 6,3%) e Beja (mais 5,6%) lideram no país, tendo em conta a evolução de 2020 para 2021.Em 2020, no país morreram 32 pessoas devido a violência doméstica, menos três do que em 2019.Das
vítimas, 27 foram mulheres, três homens e duas eram crianças (uma do
sexo masculino, outra do sexo feminino), de acordo com os dados
disponibilizados pela Polícia Judiciária, GNR e Procuradoria Geral da
República.Relativamente ao grau de
parentesco entre vítimas e agressores, quem mais sofre de violência
doméstica é o/a companheiro/a (48,6%), seguindo-se os filhos/enteados
(15,6%), os ex-companheiros/as (15%) e em 5,9% são os pais ou padrastos.