Açores aprovam recuperação do tempo de serviço para docentes da Madeira e continente
10 de set. de 2024, 18:05
— Lusa/AO Online
As alterações ao
decreto legislativo que regula a carreira dos professores foram
aprovadas por unanimidade durante o plenário de setembro da Assembleia
Legislativa, que começou esta terça-feira na Horta.Na
apresentação do diploma, o social-democrata Joaquim Machado reconheceu
que os Açores “têm falta de professores” e criticou o PS por “nada ter
feito para acautelar essas previsíveis necessidades” enquanto liderou o
executivo regional.“Garantimos
a recuperação do tempo de serviço congelado aos professores e
educadores que ingressaram na rede de ensino público nos Açores ou
venham a ingressar, vindos do continente ou da Madeira, em rigor até com
vantagem relativamente ao modelo agora finalmente iniciado pelo governo
de Luís Montenegro”, vincou.O deputado do
PSD/Açores explicou que as alterações vão permitir aos professores
“atingir o topo da carreira no máximo em 35 anos” e assegurar a
“recuperação de todo o tempo de serviço sem qualquer condicionante”.“Os
docentes que tenham a haver menos de 2.923 dias de tempo congelado
concluem a recuperação desse tempo de serviço efetivamente prestado e
não contabilizado em menos de quatro anos”, assinalou.Olivéria
Santos, do Chega, afirmou que a iniciativa pretende “colmatar uma
lacuna identificada” no estatuto dos docentes na região (cuja última
alteração aconteceu em 2023) para “repor justiça a centenas de
professores”.O deputado do CDS-PP Pedro
Pinto salientou a necessidade de proceder à recuperação do tempo de
serviço dos docentes da Madeira e continente a lecionar nos Açores,
enquanto o monárquico João Mendonça considerou que a proposta “elimina
lacunas” na lei.A socialista Inês Sá
alertou que, perante a carência de professores na região, a legislação
regional “não podia, de todo, ter uma lacuna que não permitisse que o
tempo dos docentes” da Madeira e continente “não fosse recuperado”.Por
seu lado, o líder do BE/Açores, António Lima, criticou o Governo
Regional por nunca ter “explicado o erro” que exclui aqueles docentes da
recuperação do tempo de serviço, enquanto Pedro Neves, do PAN,
considerou que as alterações “corrigem uma trapalhada” do executivo
açoriano.O liberal Nuno Barata defendeu
que, após a aprovação das alterações à carreira docente em 2023, “se o
parlamento não tivesse uma maioria relativa, provavelmente ficaria tudo
na mesma”.O BE apresentou uma proposta de
alteração, que, segundo António Lima, previa a “recuperação dos
primeiros dois anos já em 2025” e “todo o tempo de serviço em dois anos e
não em quatro anos”.A iniciativa
bloquista acabou prejudicada após aprovada uma alteração de
PSD/CDS-PP/PPM e Chega sobre os mesmos pontos do diploma.O
PS também apresentou uma proposta de alteração, mas acabou por
retirá-la, por considerar que a iniciativa de PSD/CDS-PP/PPM e Chega
cumpre com os propósitos dos socialistas, segundo a líder parlamentar
Andreia Cardoso.