Açores aprovam anteproposta para pensões de trabalhadores da Base das Lajes
8 de jul. de 2022, 17:44
— Lusa/AO Online
Apresentado
pelos grupos parlamentares que sustentam o Governo Regional
(PSD/CDS-PP/PPM), o diploma seguirá agora para a Assembleia da
República, onde em junho foi chumbada uma proposta idêntica que abrangia
os vários grupos profissionais de desgaste rápido.Com
esta nova anteproposta de lei, a Assembleia Legislativa da Região
Autónoma dos Açores (ALRAA) pretende corrigir uma “injustiça”
relativamente aos profissionais que, por via da redução do contingente
militar norte-americano na base das Lajes, em 2015, “foram obrigados a
solicitar a reforma antecipada” entre aquele ano e 2018, descreve-se no
diploma.O fator de sustentabilidade, que
introduz um corte de cerca de 14% em algumas pensões antecipadas, foi
eliminado para as pensões dos trabalhadores que exercem profissões de
desgaste rápido com o decreto-lei n.º 70/2020, mas a eliminação do corte
só se aplica aos requerimentos de pensão apresentados desde 2019.“Considerando
a justiça social e a equidade que o Estado deve assumir na
aplicabilidade da lei, importa acabar com esta discriminação entre
trabalhadores da mesma entidade empregadora, eliminando assim a
aplicação do fator de sustentabilidade às pensões de todos os
trabalhadores das USFORAZORES da Base das Lajes, que foram forçados a
requerer a aposentação antecipada”, é referido no documento.De
acordo com o diploma, o fator de sustentabilidade foi criado em 2007,
“mas nunca foi aplicado às pensões dos antigos trabalhadores da Base das
Lajes que pediram a reforma antecipada entre 1991 e 2015”.“Este
tratamento discriminatório a alguns antigos trabalhadores” das Lajes
“só pode ser corrigido com uma alteração à legislação que elimine a
aplicação do fator de sustentabilidade”, é salientado. A
intenção é garantir “a reposição integral do valor das pensões dos
antigos trabalhadores da Base das Lajes que requereram a aposentação
entre 2015 e 2019”.“Não se pretende, nem é
pretensão destes antigos trabalhadores, a reposição retroativa desta
medida de justiça social”, é referido na anteproposta.No
diploma é ainda recordado que, desde dezembro de 1991, o destacamento
norte-americano na Base das Lajes foi “alvo de sucessivas
reestruturações promovidas pelos Estados Unidos da América, com
sucessivas reduções de postos de trabalho diretos e indiretos de
trabalhadores portugueses ao serviço daquele destacamento”. “No
início do ano de 2015, o Governo dos Estados Unidos da América
comunicou a intenção de reduzir, mais uma vez, o contingente militar
estacionado na Base das Lajes para um mínimo de 165 efetivos militares,
na sequência de mais um processo de reestruturação”, é ainda lembrado.Este
processo, lê-se, “teve como consequência a redução de 500 postos de
trabalho diretos de portugueses ao serviço daquele destacamento militar,
com um impacto económico e social muito negativo causado no concelho da
Praia da Vitória, na ilha Terceira e nos Açores”.Com
a anteproposta anterior, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma
dos Açores (ALRAA) pretendia garantir que todos os trabalhadores
enquadrados pelo Decreto-Lei n.º 70/2020 fossem abrangidos pelo fim do
fator de sustentabilidade.A proposta da
ALRAA foi 'chumbada' em junho, na Assembleia da República, com os votos
contra das bancadas do PS e do PSD, a abstenção da IL e votos favoráveis
dos restantes partidos. Apesar dos votos
contra do PS e do PSD, quatro deputados socialistas (Francisco César,
João Castro, Sérgio Ávila e Nelson Brito) e cinco social-democratas
(Paulo Moniz, Sara Madruga da Silva, Patrícia Dantas, Sérgio Marques e
Francisco Pimentel) votaram favoravelmente a iniciativa.