Açores aprovam anteproposta de lei para subsídio de insularidade a forças de segurança
19 de out. de 2022, 10:36
— Lusa/AO Online
Apresentado pelo BE, o
diploma, que segue agora para a Assembleia da República, diz respeito a
“elementos da Polícia de Segurança Pública, Guarda Nacional Republicana,
Polícia Marítima, Polícia Judiciária, Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras e Corpo da Guarda Prisional que prestam serviço na Região
Autónoma dos Açores”.A proposta do BE
previa uma majoração de 20% ao subsídio mensal para os profissionais que
não trabalhem nas ilhas de São Miguel e Terceira, mas acabou aprovada a
majoração proposta num aditamento do PAN: 20% nas ilhas de Santa Maria,
Graciosa, Faial, Pico ou São Jorge; 25% nas ilhas das Flores ou Corvo.“Os
elementos das forças de segurança do Estado que já recebam acréscimo
remuneratório relativo à insularidade podem optar pelo regime que lhes
for mais favorável, mediante requerimento dirigido ao competente
superior hierárquico”, descreve-se no documento.O
diploma recorda que, “entre elementos da PSP, só se garantiu o acesso
ao subsídio de insularidade àqueles que estão colocados na ilha de Santa
Maria”.Por outro lado, “só os elementos da Polícia Judiciária em regime de comissão de serviço têm direito a tal subsídio”.“Fica
bem evidente a inexplicável e insustentada desigualdade de tratamento
entre elementos das forças de segurança na região”, destaca.Para
o parlamento açoriano, “sem o reconhecimento da condição de
insularidade a todos os elementos das forças de segurança colocados na
região favorece-se um sistema discricionário”.O
documento lembra ainda que “é conhecida a falta de elementos das forças
de segurança nos Açores”, notando que “os custos subjacentes à condição
insular são unanimemente reconhecidos e justificam medidas
compensadoras para quem garante serviços públicos, da competência do
Estado, nas regiões autónomas”.“Sem o
reconhecimento destes custos acrescidos associados à condição de
insularidade […] colocar-se-ia em causa uma verdadeira abrangência
nacional de todos os serviços públicos, com consequências perversas
relativamente à condição de igualdade de todos os cidadãos perante os
seus direitos e deveres”, acrescenta.Luis
Soares, deputado do PSD, alertou que o problema é abordado no parlamento
açoriano “de seis em seis anos”, sem que nada se altere.“O que mudou é que nada foi feito. Todas as propostas que chegaram à República não tiveram qualquer desenvolvimento”, alertou.Também
Nuno Barata, da Iniciativa Liberal (IL), observou que a República
“continua a destratar os problemas das pessoas que vivem nos Açores”. “Estamos sempre dependentes do bom trato que a República queira dar às regiões autónomas”, lamentou.Paulo
Estêvão, deputado do PPM, acusou os “sucessivos governos” da República
de aplicarem o “veto de gaveta” a idênticos diplomas encaminhados pelo
parlamento açoriano.“Sucessivos Governos
da República não estão interessados em viabilizar estas antepropostas do
parlamento dos açores. Há uma desresponsabilização da República em
relação aos Açores”, afirmou. Francisco
Coelho, do PS, defendeu a necessidade de fixar profissionais de
segurança na região, pedindo a Paulo Estêvão “um pouco de fé”
relativamente ao poder de influência do parlamento açoriano.Rui
Martins, do CDS-PP, manifestou esperança na aprovação da proposta na
Assembleia da República devido ao voto favorável do PS/Açores.Alexandra
Manes, do BE, disse que, da parte da bancada do Bloco na Assembleia da
República têm a garantia de que a anteproposta vai ser votada
favoravelmente. José Pacheco, deputado
único do Chega, lembrou que as esquadras dos Açores “têm falta de meios”
e o Estado “tem a obrigação de garantir a segurança”. O
deputado do PAN, Pedro Neves, elogiou a medida como complemento ao já
aprovado subsídio de risco às forças de segurança, avisando que “o
problema é que o diretor nacional da PSP e o Governo não deixem” que os
agentes sejam colocados nos Açores.