Açores aprovam alterações ao pagamento do trabalho suplementar dos médicos
11 de mai. de 2023, 07:36
— Lusa/AO Online
O decreto
legislativo regional foi aprovado durante o plenário do parlamento
açoriano, com os votos a favor de PS, PSD,
CDS-PP, PPM, Chega, IL, PAN e deputado independente e contra do BE.Esta
proposta surge na sequência da aprovação de um anterior decreto
legislativo regional, votado no final do ano passado, que tinha sido
alvo de um veto do Representante da República, que foi reconfirmado pelo
parlamento, mas que gerou descontentamento da classe médica. O
presidente do Governo Regional decidiu revisitar o documento e ouvir
também os sindicatos, no sentido de procurar um consenso entre ambas as
partes.No debate, a secretária da Saúde,
Mónica Seidi, destacou a “abrangência” do diploma, que abarca o trabalho
suplementar nos serviços de urgência, nas unidades básicas de urgência,
nos serviços de atendimento permanente e urgente e nas unidades de
cuidados intensivos e de cuidados intermédios e coronários.Reconhecendo
que as mudanças implicam um “esforço financeiro considerável”, Seidi
realçou que a proposta resultou de várias negociações com os sindicatos.“É
um diploma diferente do aprovado em novembro e vai ao encontro de uma
reivindicação publicamente conhecida que majora o trabalho médico em
função da categoria de cada médico”, assinalou.O
deputado do PS Tiago Lopes instou o Governo Regional a responder porque
não equiparou os valores em vigor no continente, tendo a secretária da
Saúde respondido que o executivo açoriano “está a fazer o que PS foi
incapaz de fazer” quando estava no poder.António Lima, do BE, criticou o diploma por este apenas
valorizar o trabalho acima das 150 horas, considerando que tal “não é
aceitável”, “nem dignifica o trabalho”.Na
resposta, o líder parlamentar do PPM, Paulo Estêvão, acusou o BE de ter
uma “postura absolutamente destrutiva”, alertando que existe falta de
médicos no país.A parlamentar
social-democrata Salomé Matos elogiou o diploma, que “alarga de forma
inovadora” a remuneração suplementar a vários serviços, enquanto o
independente Carlos Furtado condenou a influência da Ordem dos Médicos
na falta de profissionais.