Açores alertam para a necessidade de meios de vigilância das áreas marinhas protegidas
6 de set. de 2022, 14:45
— Lusa/AO Online
Em
declarações aos jornalistas, após uma reunião com a ministra da Defesa,
Helena Carreiras, na sede da Presidência, em Ponta Delgada, o líder do
executivo regional lembrou que a defesa nacional assume
“hoje, cada vez mais” uma função de proteção ambiental.“Entre
a ideia de preservação da biomassa, da biodiversidade, da coluna de
água e do nosso mar, precisamos, para além do normativo, ter meios de
fiscalização quanto ao cumprimento. Esta é expectativa e o grande
desafio que também é lançado para presente e futuro no papel das Forças
Armadas”, afirmou.Bolieiro alertou para
a “necessidade de meios” que assegurem a “vigilância e fiscalização” do
“mar dos Açores e das futuras áreas de reserva marinhas protegidas para a
defesa da biodiversidade”.Ao longo dos
últimos meses, o Governo Regional tem promovido reuniões com várias
entidades para definir as áreas marinhas protegidas, entre as quais a
Federação das Pescas dos Açores, o Observatório do Mar dos Açores, a
Direção Regional do Ambiente, a Fundação Oceano Azul e a Sociedade
Portuguesa do Estudo das Aves.José Manuel
Bolieiro tem insistido em que o Governo dos Açores pretende ter 30% de
áreas marinhas protegidas no mar da região até 2023, uma meta “mais
ambiciosa” do que a definida pela União Europeia.Esta terça-feira, o líder regional “congratulou-se” com o reforço de meios para as Forças
Armadas no arquipélago, anunciado pela ministra da Defesa.Na
segunda-feira, Helena Carreiras avançou que a base aérea número 4, nas
Lajes, nos Açores, deverá ter, até ao final do ano, uma segunda
tripulação para operar os helicópteros EH-101, que fazem missões de
busca e salvamento.A Força Aérea portuguesa tem dois helicópteros EH-101 Merlin colocados na base aérea número 4, mas apenas uma tripulação fixa.A atribuição de uma segunda tripulação é uma reivindicação antiga das autoridades regionais.Após
a reunião com Bolieiro, Helena Carreiras considerou que a relevância
geoestratégica dos Açores é “crescente”, reforçando que as “ameaças” vêm
do leste e do sul e reiterando a importância de proteger o espaço
marítimo.“Creio que nunca como agora
percebemos a relevância do Atlântico e da nossa posição atlântica
enquanto fator estratégico, de potencial para o país, também face aos
desafios que temos de enfrentar neste espaço do Atlântico”, assinalou a
ministra.