Açores aguardam relatório sobre danos no Hospital de Ponta Delgada
16 de mai. de 2024, 16:34
— Lusa/AO Online
"Neste
momento, não há de todo um valor já apurado. Aguardamos os relatórios
das entidades oficiais que estão a proceder ao levantamento. Esse é um
trabalho que requer muito rigor e detalhe", disse Mónica Seidi.A
governante falava aos jornalistas após a primeira reunião do grupo de
trabalho criado para avaliar os danos no Hospital do Divino Espírito
Santo (HDES), em São Miguel, que sofreu um incêndio no dia 04 e ficou
inoperacional.Segundo a secretária
Regional da Saúde e Segurança Social, o Laboratório Regional de
Engenharia Civil (LREC) está a fazer um estudo ao edifício e irá
elaborar um relatório, que dará "uma avaliação da própria
infraestrutura".Mónica Seidi explicou que o
incêndio na maior unidade de saúde dos Açores, que obrigou à
transferência de todos os doentes que estavam internados para vários
locais dos Açores, Madeira e continente, "afetou a própria estrutura",
sobretudo na zona na "parte elétrica do hospital", o que acabou "por ter
um efeito indireto em toda a estrutura".De
acordo com a governante, muito possivelmente tudo o que se refere à
parte elétrica do hospital será substituído, uma vez que estão em causa
sistemas com "30 anos e completamente obsoletos”."Neste
momento estamos a trabalhar numa situação provisória e possivelmente
até final de maio já estarão implementados os três postos de
transformação e os três quadros elétricos que depois darão alimentação a
todos os outros quadros dos serviços", detalhou.Mónica
Seidi assinalou ainda que o incêndio afetou também as "condutas de
água" e "os sistemas de ventilação", danos que terão de ser "muito bem
analisados para o posterior relatório preliminar que possa dar com mais
detalhe a extensão dos danos”."É claro que
é emergente produzir esse relatório, que cumpra os itens que têm de se
cumpridos para que possamos avançar e ter a breve prazo o decreto-lei e
tudo aquilo que advém da situação de calamidade pública" para "acelerar
procedimentos", sublinhou a secretária regional da Saúde e Segurança
Social.Mónica Seidi vincou que, para já,
não é possível avançar com uma data certa quanto às obras, reiterando
que o objetivo é projetar "um hospital para 20 a 30 anos"."É
preciso repensar e reorganizar o funcionamento do hospital e aí
certamente teremos hipótese de crescer, de ampliar serviços e de pensar
noutras formas de funcionamento do estacionamento, uma queixa que os
utentes têm revelado", referiu.Mónica
Seidi lembrou que, antes de ter ocorrido o incêndio, o Governo Regional
(PSD/CDS-PP/PPM) já tinha um levantamento das necessidades de
intervenção no Hospital de Ponta Delgada, um cálculo que ascendia aos 70
milhões de euros."E, se calhar, agora
podemos ser ainda mais ambiciosos", sustentou, indicando que, além do
grupo de trabalho criado, "há todo um conjunto de situações" que terão
de ser tomadas, talvez por uma equipa multidisciplinar.