Açores aceleram obra de proteção de falésia instável nas Calhetas
11 de abr. de 2023, 17:31
— Lusa
"Vamos
avançar imediatamente com o concurso público para a obra de proteção da
falésia", afirmou a secretária regional do Turismo, Mobilidade e
Infraestruturas, em declarações aos jornalistas.Berta
Cabral visitou a zona da orla costeira da freguesia das Calhetas,
no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, onde a mais
recente derrocada, na noite de sexta-feira, provocou a preocupação de
moradores que ainda residem junto à falésia.A derrocada ocorreu na orla costeira numa zona que está sinalizada e que se localiza perto da igreja da freguesia."Vamos
dar os prazos mínimos que o código de contratação pública prevê, de
maneira a arrancar com a obra o mais rápido possível", vincou a
governante, apontando como "grande objetivo" ter o processo adjudicado
"durante o mês de maio" para dar início à obra "logo que seja possível".Segundo
a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas,
trata-se de "um concurso internacional de mais de dois milhões e meio"
de euros, estimando-se que, "na próxima semana", o procedimento
concursal seja publicado. A zona tem sido
"permanentemente monitorizada" por técnicos "desde o início deste ano",
na sequência das várias derrocadas que têm ocorrido "umas maiores,
outras menores", referiu.De acordo com a governante, não é previsível que "a situação se agrave assim de um momento para o outro"."Mas
a força da natureza escapa a qualquer ser humano. Vão aparecendo
fissuras, vão-se motorizando as fissuras e se elas tiverem dimensões que
se tornem preocupantes nesta altura procede-se ao realojamento de todas
as pessoas", explicou.Berta Cabral
sustentou que têm sido feitas "várias monitorizações pelo Laboratório
Regional de Engenharia Civil, em conjunto com a direção regional de
Obras Públicas"."Fomos sempre acompanhando
a situação", referiu, acrescentando que, após a derrocada na noite de
sexta-feira, os técnicos "deslocaram-se logo ao local no sábado de
manhã" e foram tomadas "todas as precauções" e medidas para garantir a
segurança das populações na zona.Alguns
moradores decidiram abandonar as residências, optando por casas de
familiares, mas Berta Cabral garantiu que "a partir de amanhã" quem
pretenda ser realojado temporariamente poderá dirigir-se à direção
regional da Habitação para avaliação da situação.De acordo com Berta Cabral, "no máximo 10 habitações" estarão em situação de "maior risco"."As
situações serão avaliadas e será dada prioridade àquelas que forem
mesmo mais prioritárias. Quando virmos que a situação é mesmo critica,
as pessoas terão de ser todas realojadas", referiu.A
presidente da Junta de Freguesia das Calhetas, Cátia Tavares, sustentou
que a visita da secretária regional transmitiu "conforto" à população."Só
o facto de a secretária visitar o local e explicar às pessoas o que se
vai passar é um grande conforto, principalmente quando se sabe que o
concurso vai sair o mais breve possível", afirmou.Cátia Tavares disse ainda aos jornalistas que aquilo que "ansiava mais" era "apressar a obra".