Acordo a 27 para nova extensão “é muito positivo” e demonstra abertura da UE
Brexit
28 de out. de 2019, 18:39
— Lusa/AO Online
“O
acordo hoje conseguido na reunião dos embaixadores é muito positivo,
porque significa corresponder mais uma vez pela positiva a um pedido
britânico, o pedido de extensão do prazo de saída”, que “agora pode ir
até 31 de janeiro, embora possa ser antecipado se os processos de
ratificação dos acordos forem antecipados”, observou Augusto Santos
Silva.O ministro, que se encontra em
Bruxelas para participar numa Conferência Internacional de Solidariedade
sobre a crise de migrantes e refugiados na Venezuela, explicou que, “do
ponto de vista de Portugal, [o acordo de hoje] é muito positivo, em
primeiro lugar porque evita mais uma vez o pior cenário, que é o cenário
de uma saída sem acordo”, e “dá tempo para que os procedimentos
democráticos, quer no Reino Unido, quer na União Europeia, sejam
escrupulosamente cumpridos”.“Também me
parece ser um sinal positivo, porque se nós chegámos a acordo entre nós
na extensão do prazo também ficamos em melhores condições para preparar
com o devido tempo o período de transição, porque uma das vantagens
principais de haver uma saída com um acordo é que haverá um período de
transição até ao fim de 2020 que permitirá às pessoas e às empresas
prepararem-se para o cenário futuro de um Reino Unido que já não é
membro da UE”. Por fim, “mas não menos
importante”, notou, “este processo leva a que haja melhores condições
para discutir aquilo que será o essencial, que é a relação futura entre a
UE e o Reino Unido”.Segundo Santos Silva,
ficou mais uma vez demonstrada “toda a disponibilidade da UE” para
procurar chegar a soluções positivas face às dificuldades que se têm
registado no Reino Unido para a ratificação do Acordo de Saída.Questionado
sobre a necessidade de o Reino Unido ter de indicar um comissário, caso
ainda pertença ao bloco europeu quando a nova Comissão Europeia
liderada por Ursula von der Leyen tomar posse, o ministro observou que é
isso que está previsto, mas garantiu que não dá “demasiada relevância” a
essa questão, afirmando que, “do ponto de vista português, não é a
questão principal” de todo este processo.Os
27 Estados-membros da União Europeia concordaram hoje com um novo
adiamento do ‘Brexit’ até 31 de janeiro, oferecendo, contudo, ao Reino
Unido a possibilidade de abandonar mais cedo o bloco caso o parlamento
ratifique o Acordo de Saída.“A União
Europeia a 27 concordou que irá aceitar o pedido do Reino Unido para uma
extensão flexível do ‘Brexit’ até 31 de janeiro de 2020. Espera-se que a
decisão seja formalizada através de um procedimento escrito”, anunciou o
presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, numa publicação na rede
social Twitter.A extensão flexível do
período do Artigo 50.º do Tratado da UE permitirá ao Reino Unido sair
mais cedo do bloco caso o parlamento britânico aprove finalmente o
acordo firmado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, e por Bruxelas e
já ratificado pelos chefes de Estado e de Governo dos 27.A
decisão foi tomada esta manhã durante uma reunião dos embaixadores dos
27 junto da UE, com os diplomatas a darem o aval ao rascunho do texto
sobre a aceitação do pedido de adiamento flexível da saída do Reino
Unido até 31 de janeiro, detalharam à Lusa fontes europeias.O
próximo passo, precisaram as mesmas fontes, é solicitar “a concordância
formal” de Londres, de modo a que o presidente do Conselho Europeu
possa lançar o procedimento escrito junto dos 27, com um ‘deadline’ de
24 horas. A decisão formal sobre a
extensão flexível será tomada com “a conclusão positiva do procedimento
escrito”, previsivelmente na terça ou quarta-feira, esclareceram ainda
fontes europeias.Inicialmente previsto
para 29 de março passado, o ‘Brexit’ já tinha sido adiado para esta
quinta-feira, tendo o Reino Unido solicitado, em 19 de outubro, uma
segunda extensão do Artigo 50.º, face à incapacidade dos britânicos de
aprovarem o Acordo de Saída na Câmara dos Comuns.