Acórdão sobre morte de ucraniano em instalações do SEF conhecida em 10 de maio
SEF/Ihor
12 de abr. de 2021, 16:47
— Lusa/AO Online
A
data foi anunciada no dia das alegações finais deste julgamento pelo
juiz Rui Coelho e a leitura do acórdão terá lugar no Tribunal de
Monsanto, em Lisboa. O Ministério Público
(MP) pediu a condenação dos três inspetores do SEF acusados da
morte de Ihor Homeniuk a penas de prisão entre oito e 16 anos pelo crime
de ofensas corporais graves, agravada pelo resultado (morte).Tendo
em conta o grau de culpa de cada um dos inspetores do SEF acusados, nas
alegações finais do julgamento, a procuradora Leonor Machado pediu para
os arguidos Duarte Laja e Luís Silva uma condenação entre 12 e 16 anos
de prisão, mas de preferência não inferior a 13 anos.Quanto
ao arguido Bruno Sousa, a procuradora entendeu que o seu grau de culpa
foi menor, por ter sido influenciado pelos restantes arguidos, pedindo
uma condenação a uma pena de prisão não inferior a oito anos.O
trio de inspetores do SEF foi julgado por homicídio qualificado, cuja
moldura penal máxima atinge os 25 anos de prisão, mas na anterior sessão
o juiz presidente do coletivo, Rui Coelho, anunciou que o tribunal
ponderava alterar a acusação de homicídio qualificado para ofensa à
integridade física qualificada, agravada pelo resultado (morte), cuja
moldura penal é de entre quatro e 16 anos de cadeia.Neste julgamento, dois dos arguidos (Duarte Laja e Luís Silva) respondem também pelo crime por posse de arma ilegal (bastão).O
advogado da família de Ihor Homeniuk pediu, no entanto, a condenação
dos três inspetores pelo crime de homicídio qualificado que consta da
acusação. Falando como assistente nas
alegações finais do julgamento sobre a morte do cidadão ucraniano em 12
de março de 2020 nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa, José
Gaspar Schwalbach discordou da eventual conversão do crime de homicídio
qualificado de que os inspetores vinham acusados num crime de ofensa à
integridade física qualificada, agravada pelo resultado.O
advogado de um dos inspetores do SEF arguiu entretanto uma nulidade no
julgamento do caso do cidadão ucraniano após o juiz rejeitar a audição
de uma consultora técnica forense.A
arguição de nulidade por Ricardo Sá Fernandes, advogado de defesa de
Bruno Sousa, foi expressa após o presidente do coletivo de juízes ter
comunicado às partes, antes do início das alegações finais, que tinha
indeferido o pedido da defesa para ouvir a consultora técnica, alegando,
entre outros pontos, que era "impossível realizar uma nova perícia
médico-legal ao cadáver".Ihor Homeniuk foi
algemado e agredido nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa, em
março de 2020, vindo a morrer alegadamente por asfixia lenta devido à
fratura de várias costelas.