ACM só soube do que se passava em Setúbal pela comunicação social
Ucrânia
10 de mai. de 2022, 17:52
— Lusa/AO Online
A
ser ouvida na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais,
Direitos, Liberdades e Garantias, Sónia Pereira contrariou declarações
feitas horas antes pelo presidente da Associação dos Ucranianos em
Portugal, Pavlo Sadhoka, que disse ter vindo a alertar o ACM para este
tipo de situações desde 2011.“Aquilo
que foi noticiado foi aquilo que o ACM teve conhecimento, nesse momento
em que saiu na imprensa”, afirmou a responsável, que está a ser ouvida
pelos deputados a propósito do acolhimento de refugiados ucranianos em
Portugal, na sequência da invasão da Rússia, a 24 de fevereiro.Especificamente,
Sónia Pereira foi chamada ao parlamento para ser questionada sobre a
receção a refugiados ucranianos na Câmara Municipal de Setúbal por
funcionários alegadamente pertencentes a associações próximas do regime
do presidente russo, Vladimir Putin.De
acordo com a ACM, assim que o organismo teve conhecimento, pela
imprensa, do que se estava a passar na autarquia de Setúbal, entrou em
contacto com os “parceiros privilegiados”.“Contactámos
os centros locais de apoio ao imigrante em Setúbal, para perceber o
conhecimento que tinham da situação, de que forma estavam a acompanhar,
que atendimentos têm realizado com cidadãos deslocados da Ucrânia”,
explicou Sónia Pereira.A
responsável esclareceu ainda que a autarquia de Setúbal não tem
protocolo com o ACM nem centro local de integração de imigrantes, além
de “nunca” ter pedido reunião com o ACM para gerir ou organizar o
acolhimento de pessoas refugiadas vindas da Ucrânia.Horas
antes, numa audição também na mesma comissão, o presidente da
Associação dos Ucranianos em Portugal afirmou que fez uma denúncia às
secretas portuguesas em relação a russos pró-Putin no acolhimento de
refugiados após anos de alertas ao Alto Comissariado das Migrações.Pavlo
Sadoka reiterou que após o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de
fevereiro, a Associação dos Ucranianos em Portugal começou a receber
denúncias de que “organizações que o Alto Comissariado reconhece como de
ucranianos”, mas que são de facto defensoras do regime do presidente
russo, Vladmir Putin, estavam a receber refugiados, a quem pediam
informações pessoais e relacionadas com familiares que ficaram na
Ucrânia.A
associação pediu então uma reunião ao Alto Comissariado das Migrações
para denunciar a situação, que ocorreu “no início de abril”, segundo
Pavlo Sadoka.