Acesso justo ao mercado da UE para quem cumpre regras ambientais é “questão crítica”
29 de mar. de 2021, 12:29
— Lusa/AO Online
“Noutras regiões do globo
[…] os produtores de bens, designadamente de cimento, não estão
vinculados às mesmas regras ambientais. Nesse sentido, como o
cumprimento destas regras ambientais se traduz em maiores custos, […]
apresentam-se no mercado interno da União Europeia e nos mercados
internacionais com propostas mais competitivas do ponto de vista do
preço”, começou por referir o ministro de Estado, da Economia e da
Transição Digital, Pedro Siza Vieira.“Esta
situação tem de ser encarada de frente e com determinação. […] Sabemos,
na União Europeia, que o acesso ao nosso mercado interno é uma questão
crítica”, acrescentou o governante, que participava na Conferência
"Cimentar o Futuro", onde foi apresentado o Roteiro da Indústria
Cimenteira para a Neutralidade Carbónica.O
ministro da Economia sublinhou que a indústria está a ser chamada a
fazer um esforço no sentido de contribuir para a neutralidade carbónica,
que vai exigir grandes investimentos, nomeadamente no desenvolvimento
de novos processos e tecnologias.Desta
forma, defendeu, é necessário assegurar “que os produtores nacionais
estão em condições equitativas de concorrência, quer nos mercados
globais, quer no mercado europeu”.Pedro
Siza Vieira afirmou que toda a regulamentação para evitar a “fuga de
carbono” decorrente da transferência da produção industrial a países com
normas de emissões menos apertadas, como a taxa de carbono sobre
produtos importados que está a ser discutida pelo Parlamento Europeu, “é
uma questão crítica”.No entanto, acrescentou, é preciso também assegurar que todos os Estados-membros da UE andam “à mesma velocidade”.“É importante que todos os produtores da UE estejam vinculados aos mesmos objetivos”, apontou.