Academia Sueca destaca trabalho dos Nobel da Química na compreensão da "química da vida"
4 de out. de 2017, 18:41
— Lusa/AO online
Usando um método chamado crio-microscopia eletrónica,
conseguiram imobilizar biomoléculas, que compõem a matéria viva, e
observar processos que nunca tinham sido vistos. O suíço Jacques
Dubochet, da Universidade de Lausanne, o americano Joachim Frank, da
Universidade de Columbia e o escocês Richard Henderson, do Laboratório
de Biologia Molecular de Cambridge, vão partilhar o prémio no valor de
1,1 milhões de euros. A primeira informação divulgada pela
agência Associated Press referia incorretamente que dois dos
investigadores eram americanos. A observação de biomoléculas em
alta resolução "traz a Bioquímica a uma nova era", salientou a Academia,
provando que os microscópios de eletrões não servem só para observar
matéria inorgânica, uma vez que o feixe de eletrões que usam destrói o
material biológico. Em 1990, Henderson conseguiu gerar uma imagem
a três dimensões de uma proteína, uma tecnologia que Frank desenvolveu,
conseguindo por seu turno captar imagens a duas dimensões e
transformá-las para três dimensões. Jacques Dubochet juntou água
ao processo de observação, congelando-a em torno das biomoléculas e
permitindo-lhes manter a forma mesmo no vácuo. A semana de anúncios dos prémios Nobel
começou na segunda-feira com o de Medicina, atribuído aos americanos
Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young pela sua descrição
do "relógio biológico". Na terça-feira foi conhecido o de Física
para os americanos Rainer Weiss, Barry C. Barish e Kip S. Thorne, pelo
seu trabalho na deteção de ondas gravitacionais. O prémio Nobel da Literatura será conhecido na quinta-feira, o da Paz da sexta-feira e o da Economia na próxima segunda-feira.