Aberta investigação sumária devido a divulgação de relatório secreto do BdP
Novo Banco
20 de abr. de 2021, 10:49
— Lusa/AO Online
Na semana
passada, jornais como o Observador e o semanário Novo deram notícias
nas quais revelavam o conteúdo daquele que ficou conhecido como o
relatório Costa Pinto, que foi coordenado pelo antigo presidente da
comissão de auditoria do Banco de Portugal, João Costa Pinto, sobre os
procedimentos e atuação do Banco de Portugal até à resolução do Banco
Espírito Santo (BES).Hoje, antes da
audição que decorre esta manhã, o presidente da Comissão Eventual de
Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas
ao Fundo de Resolução, Fernando Negrão, trouxe à discussão o primeiro
ponto da ordem de trabalhos relativo ao cumprimento do Regime Jurídico
dos Inquéritos Parlamentares, uma vez que "houve um relatório que estava
em segredo que foi publicado num órgão de comunicação social"."No
caso de haver violação do sigilo, a comissão parlamentar – é a comissão
parlamentar, não é o presidente, não é a mesa, é a comissão
parlamentar, daí estarmos aqui a falar nisto – deve promover uma
investigação sumária e deliberar, por maioria qualificada de dois
terços, sobre a sua verificação, bem como identidade do respetivo autor.
É isto que diz o diploma legal", disse, fazendo a leitura do número
cinco do artigo relativo aos deputados.Depois
de perguntar aos deputados se havia oposição a esta decisão – apesar de
considerar que "a lei não dá margem para isso" –, Fernando Negrão
declarou a abertura desta investigação sumária."Solicito
aos senhores deputados que, num prazo de três dias, se houver algum
deputado que tenha alguma informação ou queira dar alguma informação ou
alguma sugestão para a realização de diligências no âmbito desta
investigação sumária para o fazer. Depois voltaremos a discutir e
definir o que havemos de fazer. Está aberta a investigação sumária",
disse.