A um ano do ‘novo’ começo, incerteza ainda paira sobre Jogos Olímpicos
Tóquio2020
23 de jul. de 2020, 12:15
— Lusa/AO Online
O adiamento,
face à pandemia de covid-19 que ‘parou’ o mundo do desporto durante
quase quatro meses, com a retoma, progressiva e ainda concentrada em
apenas alguns desportos, a começar só há algumas semanas, veio trazer
tranquilidade aos cerca de 43% de atletas que ainda falta qualificar
para o evento.Ainda assim, a incerteza
quanto à evolução da pandemia e a os moldes de realização da competição
no verão de 2021, entre 23 de julho e 08 de agosto, permeia os últimos
tempos, ainda que os organizadores mantenham a convicção de que o evento
irá para a frente, para marcar um “triunfo contra a covid-19”, como
descreve o Comité Organizador.Ainda assim,
segundo um estudo da agência noticiosa Kyodo, apenas um em quatro
japoneses apoiam a realização dos Jogos em 2021, com cerca de um terço a
pedir o cancelamento e um outro terço a considerar mais sensato um novo
adiamento.O presidente do Comité
Organizador, Yoshiro Mori, disse quarta-feira que o desenvolvimento “de
uma vacina ou de um medicamento” para o novo coronavírus é essencial
para a realização da prova, num ponto em que o país, em particular a
área metropolitana de Tóquio, regista este mês um aumento súbito do
número de infetados.Ainda assim, a
reeleição da governadora da zona metropolitana de Tóquio, Yuriko Koike,
para mais um mandato, foi um sinal positivo de “vontade política”,
segundo o chefe da Missão portuguesa nos Jogos Tóquio2020, Marco Alves,
uma vez que esta era, dos candidatos, “a única que defendia os Jogos”.Para
já, é preciso compreender “o que se pode replicar de 2020 em 2021”, no
que toca à logística e preparação de uma missão nacional, e entender “o
impacto de uma simplificação dos Jogos”, que COI e Comité Organizador
têm ‘apregoado’ em várias reuniões.“A
dúvida que nos assalta são esses ecos. Não é ainda conhecido o que
acarreta esse mecanismo [de simplificação, e que impacto terá na
logística”, reforçou Marco Alves, em entrevista à agência Lusa.O
COP está “a reatar tudo o que estava previsto para 2020”, tendo
publicado todos os calendários de competição, após a 136.ª reunião do
COI, na última semana, o que dá “algum conforto para preparar
deslocações”, num momento em que estão apurados 34 atletas lusos.Certo
é que para 2021 se quer um impacto “minimizado” no lado desportivo da
prova, ainda que toda a estrutura em seu redor possa ser “simplificada”,
perante sinais “ainda parcos dos japoneses” no que toca ao conceito e à
presença, ou não, de espetadores nas bancadas, ainda que a “bilhética
tenha sido reativada” e a intenção seja a de contar com os adeptos.A
um ano, são muitas as questões para os atletas, desde logo pelas
assimetrias no desconfinamento e recuperação entre países (espera-se a
participação de 206 nações no evento) durante o caminho até Tóquio2020,
no qual será necessário recuperar forma competitiva, participar em
torneios de qualificação ou estabelecer marcas de apuramento.Os
Jogos Olímpicos Tóquio 2020 foram adiados para 2021, devido à pandemia
de covid-19, estando marcados para decorrer de 23 de julho a 08 de
agosto, com 34 portugueses já apurados, em 10 modalidades diferentes.O
adiamento estende-se, igualmente, aos Jogos Paralímpicos, agora
marcados para a capital japonesa entre 24 de agosto e 05 de setembro de
2021.