À segunda, Luís Montenegro é eleito presidente do partido de forma expressiva
PSD
29 de mai. de 2022, 09:19
— Lusa /AO Online
De acordo com o ‘site’ do PSD, e quando falta apenas apurar uma secção (no círculo da Europa), o antigo líder parlamentar conseguiu cerca de 72,5% dos votos e o adversário Jorge Moreira da Silva 27,5%.Desde que o presidente do PSD é escolhido pelo método de eleições diretas (2006), esta é a maior diferença de sempre entre o primeiro e o segundo candidato, quase 45 pontos percentuais.Até agora, a maior diferença tinha sido alcançada nas diretas de 2010, disputadas entre Passos Coelho, Paulo Rangel, José Pedro Aguiar-Branco e Castanheira Barros: a diferença entre o primeiro e segundo candidatos foi de quase 27 pontos percentuais, com o antigo primeiro-ministro a recolher mais de 61% dos votos e o eurodeputado 34,4%.Nas 19 distritais de Portugal Continental, Montenegro venceu em todas e apenas na de Faro ficou abaixo dos 60%, conseguindo 58% dos votos, vencendo também na Madeira (onde alcançou a diferença mais expressiva, 87% dos votos) e nos Açores.Nas quatro grandes distritais, o antigo líder parlamentar conseguiu quase 73% no Porto, perto de 70% na Área Metropolitana de Lisboa, 66% na de Braga e quase 65% na de Aveiro.Nas dez maiores concelhias, Jorge Moreira da Silva só venceu numa: Barcelos, no distrito de Braga (que tem no seu diretor de campanha Carlos Eduardo Reis uma das figuras mais influentes), onde conseguiu 54% dos votos.Em contraponto, em Vila Verde, também no distrito de Braga, Luís Montenegro conseguiu 88% dos votos, numa estrutura ‘controlada’ pelo eurodeputado e seu apoiante José Manuel Fernandes.A estrutura da Europa está ainda por fechar e na Fora da Europa registou-se um empate, mas apenas votaram nove militantes em cada um dos candidatos.No total, em relação às anteriores diretas, votaram quase menos dez mil militantes, o que coloca a abstenção num valor próximo dos 40%, quando nas duas anteriores eleições internas (com um novo regulamento em que só podem votar os militantes com quotas válidas no mês da eleição) rondou os 20%.No discurso de vitória, em Espinho (distrito de Aveiro), Montenegro minimizou esta taxa de abstenção, considerando que não foi na sua candidatura, e realçando que, em números absolutos, os seus mais de 19.000 votos são superiores aos obtidos por Rui Rio nas duas últimas eleições diretas.O antigo líder parlamentar afirmou que, apesar do mandato ser de dois anos, pretende ser “candidato a primeiro-ministro” nas eleições legislativas de 2026, e considerou que a sua vitória dita “o princípio do fim da hegemonia do PS”.“Hoje, no essencial, não fomos nós quem ganhou ou o PSD, no essencial, quem ganhou foi Portugal. Portugal ganhou hoje a formação de uma alternativa política ao socialismo que nos tem governado e desgovernado nos últimos anos”, disse.Sobre as europeias de 2024, que deverão anteceder as próximas eleições diretas, reiterou que “vai para ganhar”, mas assegurou que “não fugirá às responsabilidades”.Sobre o adversário, Montenegro assegurou que não “vai prescindir do seu talento e dos que o apoiaram”.No discurso de derrota, feito na sede de campanha em Oeiras (Lisboa), Jorge Moreira da Silva disse que irá contribuir para a unidade, mas sem quaisquer funções executivas na nova equipa.O antigo ‘número dois’ do PSD deixou em aberto a possibilidade de se voltar a candidatar à liderança do partido no futuro, dizendo que “seria um disparate” afastar esse cenário aos 51 anos.O candidato derrotado assegurou que não vai abdicar das suas ideias, mas remeteu para o Congresso a definição de qual será o seu papel no partido, sem responder, por enquanto, se irá apresentar uma lista alternativa ao Conselho Nacional.Luís Montenegro já se tinha candidatado à liderança do PSD em 2020, perdendo para Rui Rio por cerca de 2.000 votos, e irá agora ser consagrado como seu sucessor no Congresso marcado para 01, 02 e 03 de julho, no Coliseu do Porto.