"É incrível
vencer pela segunda vez consecutiva esta prova. A Nazaré hoje mostrou os
seus dentes. Foi a maior ondulação dos últimos sete ou oito anos, e a
melhor desde 2014", assinalou à Lusa o 'big rider' de 35 anos.A
equipa do português Nicolau von Rupp e do francês Clement Roseyro
ganhou o Tudor Nazaré Big Wave Challenge, prova de ondas gigantes da
Liga Mundial de Surf (WSL), revalidando o título conquistado na última
edição do campeonato, em fevereiro."É um
prazer enorme ganhar em equipa, até porque este é um desporto de equipa.
É um orgulho vencer e representar Portugal. Estamos muito felizes",
lançou 'Nic', que em 2022 também se sagrou campeão ao lado do brasileiro
Lucas Chianca.Questionado sobre o tamanho
das maiores ondas que hoje rebentaram no 'canhão' da Nazaré, Nicolau
von Rupp apontou para ondas na ordem dos 25 metros."Tivemos
algumas ondas com um tamanho muito próximo dos recordes do mundo e
ganhar nestas condições é especial", vincou, realçando também o forte
apoio recebido dos milhares de pessoas que assistiram ao vivo ao evento.Durante
a manhã, a dupla luso-francesa somou 45,45 pontos na primeira ronda,
com 'Nic' a contribuir com 23,46 pontos e o gaulês com 21,99 pontos para
a renovação do título.Muito perto ficou a
equipa dos brasileiros Lucas Chumbo (23,60), que foi o vencedor do
título individual, e Pedro Scooby (21,80), que ganharam na Nazaré em
2024, e que fizeram um total de 45,40.A
equipa do inglês Andrew Cotton (16,30) e do australiano James Carew
(18,74) fechou o pódio, com uma pontuação combinada de 35,04.Na
competição feminina, a francesa Justine Dupont, que fez par com o
compatriota Éric Rebière e também venceu a última edição do evento (em
fevereiro), ganhou hoje a prova com 19,87 pontos, seguida pela
brasileira Michelle des Boullions (17,50), acompanhada pelo 'canarinho'
Ian Cosenza, e pela inglesa Laura Crane (11,93), que teve como parceiro
de equipa o português António Laureano.O
Tudor Nazaré Big Wave Challenge contou com 18 dos melhores 'big riders'
(surfistas de ondas gigantes) do mundo, incluindo surfistas de renome
internacional e locais da Nazaré, divididos em nove equipas de dois
elementos.Cada membro das equipas alternou
entre surfar as ondas e dirigir o jet ski. As equipas estavam divididas
em três grupos, sendo que cada grupo deveria participar em duas
baterias de 40 minutos.Porém, depois de
concluída a primeira sessão, uma série de falhas de energia levou a
organização a cancelar a segunda ronda, já que não haveria condições de
segurança (por causa da luminosidade) para completar o evento tal como
estava planeado.Assim, os vencedores dos
três prémios em disputa (melhor performance masculina, melhor
performance feminina e melhor performance por equipas) ficaram definidos
com os resultados alcançados na primeira ronda."Todos
tivemos as mesmas condições. Se houvesse a segunda sessão, acredito que
ia ser igual. Eu e o Clement estávamos totalmente focados na missão de
revalidar o título", garantiu 'Nic'.Do
lado da organização, Francisco Spínola, presidente da WSL para a Europa,
Médio Oriente e África (EMEA), elogiou o desempenho dos atletas, que
competiram em condições bastante desafiadoras."Tivemos
a oportunidade de fazer este evento numa das maiores ondulações, e os
atletas superaram o desafio, competindo nas melhores ondas do dia. Foi
um dia de desempenhos incríveis", sublinhou.Sobre
as alterações no formato do campeonato forçadas pelas falhas de
energia, o responsável considerou que o mais importante foi preservar as
condições de segurança para os surfistas."Fomos
forçados a acabar o evento depois da primeira ronda devido a
dificuldades técnicas e à aproximação do pôr do sol, mas era imperativo
não comprometer a integridade da competição e que tomávamos a melhor
decisão para a segurança dos surfistas", afirmou.E
rematou: "A vitória mais importante é quando os surfistas chegam em
segurança à área dos atletas, e foi isso que aconteceu, em condições
muito pesadas. Foi um dia épico de surf e todos os competidores estão de
parabéns".