“A Mudança”, o primeiro livro de Luís Godinho
31 de ago. de 2020, 07:00
— Catia Carvalho
“A
Mudança” reúne uma compilação de fotografias realizadas no
Senegal, na Guiné-Bissau e em São Tomé e Príncipe e textos
escritos pelo próprio autor. Dividido em três capítulos, o livro
retrata a forma como as viagens impulsionaram a mudança profissional
do fotógrafo.
“Eu
queria fotografar e fui atrás disso. Pedi à Assistência Médica
Internacional (AMI) para acompanhá-los numa Aventura Solidária”
conta Luís Godinho. “Quando regressei do Senegal vinha
completamente diferente. Apesar de ter crescido muito enquanto pessoa
e profissional com a engenharia, eu não queria continuar a fazer o
que fazia. É por isso que o Senegal, o primeiro capítulo do livro,
assinala o início. Depois fui à Guiné-Bissau inserido novamente
numa Aventura Solidária da AMI. O regresso coincidiu com a
atribuição do prémio Sony World Photography Awards Portugal e isso
foi a confirmação que precisava. Despedi-me passado uns meses e no
dia a seguir a ter-me despedido viajei para São Tomé e Príncipe”.
Sobre
o livro acrescenta:“as fotografias no início são todas a preto e
branco e a meio do segundo capítulo, o da Guiné-Bissau, passam a
ser coloridas, o que simboliza um pouco o caminho que fiz”.
As
viagens são para o ex-engenheiro “a melhor forma de se aprender
algo sobre a vida”.
Depois
de se ter despedido do seu antigo trabalho, Luís Godinho fundou a
DAR – Dreams Are Real, uma organização sem fins lucrativos que
tem como objetivo contribuir para o acesso à formação e educação
de crianças e jovens em África. O fotógrafo terceirense, premiado
o ano passado com a Câmara de Prata da Federação Europeia de
Fotógrafos e este ano com a de Bronze, sublinha que “o
fotojornalismo tem o poder especial de mostrar o que é a realidade e
de inspirar as pessoas a serem melhores”.
Luís
refere ainda “eu viajo muito à procura de histórias sempre
relacionadas com os direitos humanos. O mundo é injusto e as pessoas
tem de pensar sobre isso”.
Com
várias viagens suspensas e impedido de continuar a viajar e a
documentar a realidade de outros países devido às restrições
impostas pela pandemia, Luís Godinho espera que “A Mudança”
traga a outros o que as viagens e a fotografia lhe trouxeram a ele,
“algumas pessoas podem sentir-se identificadas com a minha
história; quero que se sintam ligadas àquilo que escrevi e às
fotografias e penso que o livro pode inspirar algumas delas a
seguirem os seus sonhos sem medos” concluiu.