“A maior preocupação é que haja algum caso suspeito na ilha”
Covid-19
21 de mar. de 2020, 10:00
— Susete Rodrigues/AO Online
Menos
afluência a bares e restaurantes, poucas pessoas na rua. Tem sido
este o cenário por estes dias um pouco por todos os concelhos dos
Açores e as Lajes das Flores não é exceção.
Apreensão
e ansiedade também é visível em alguns rostos que por necessidade
têm que ir à farmácia ou ao supermercado. Luís Maciel, presidente
da Câmara Municipal das Lajes das Flores diz que a população tem
cumprido com “as recomendações e com o passar dos dias as pessoas
acabam por tomar consciência da seriedade do problema desse vírus”.
“As
pessoas estão um pouco apreensivas e vemos que há menos pessoas a
frequentar os bares e restaurantes, mas isso também acontece porque
recomendamos para que as pessoas fiquem em casa e que só saem em
caso de necessidade, como ir ao supermercado ou à farmácia.
Obviamente que nos supermercados vê-se mais pessoas mas tudo tem
funcionado tranquilamente e de forma ordeira”.
Nos
últimos dias regressam às Lajes das Flores alguns “estudantes e
algumas pessoas mas também não tem existido muitas restrições, já
que foi decretada a quarenta para quem chega o que é muito bom”,
disse o autarca, frisando, por outro lado que “esse tem sido um dos
fatores que tem gerado alguma intranquilidade e fala-se entre a
população na necessidade de se fechar o aeroporto. Esta é uma
situação que estamos a acompanhar e temos questionado o Governo dos
Açores sobre essa necessidade e a importância de se encerrar o
aeroporto por forma a salvaguarda a ilha”.
Luís
Maciel espera que “as pessoas que chegaram tenham a maturidade para
cumprir a quarentena e respeitar, para no caso de existir algum
problema na ilha, pelo menos que não haja a transmissão”. Desta
forma, a maior preocupação do autarca é que “haja algum caso
suspeito aqui na ilha e que possa estar a existir alguma transmissão.
Ao que sabemos não existe. Sabemos que há várias pessoas que
regressaram e estão em quarentena. O primeiro valor que temos que
salvaguardar é a saúde e a vida das pessoas”, ressalva.
Recordando
a destruição do porto das Lajes das Flores aquando da passagem do
furacão Lorenzo em outubro passado, Luís Maciel refere que
atualmente “o abastecimento à ilha tem decorrido com toda a
normalidade”, mas “foram meses muito complicados. Com a chegada
do navio ‘Malena’, no início deste ano, tudo tem corrido bem. Em
termos de produtos, nomeadamente o álcool e as máscaras de proteção
é que não são fáceis de adquirir mas isso é um problema
generalizado um pouco por toda a Região e pelo país. Em termos de
produtos de primeira necessidade, como os alimentares, não tem
existido ruturas”.