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“A educação é a chave para combater a pobreza”

Presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza em Portugal defendeu que a educação é a chave para combater a pobreza, sublinhando a importância da colaboração entre o ensino superior e a sociedade civil na construção de respostas mais eficazes contra a exclusão social


Autor: Ana Carvalho Melo

O presidente da direção da Rede Europeia Anti-Pobreza em Portugal (EAPN Portugal), monsenhor Agostinho Jardim Moreira, defendeu ontem que “a educação é a chave para combater a pobreza”.

“Acreditamos que a educação é a chave para combater a pobreza. O ensino superior deve ser um espaço de pensamento crítico, investigação e transformação social. É essencial envolver os estudantes e a comunidade científica para que novas respostas possam nascer e ser mais adequadas”, afirmou durante a sessão pública de assinatura do protocolo de cooperação entre a Universidade dos Açores e a Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN Portugal).

Na ocasião, monsenhor Agostinho Jardim Moreira sublinhou que a união entre as academias e a EAPN Portugal “assenta nos valores do humanismo, da solidariedade e da cooperação”.

“É para nós motivo de enorme satisfação consolidar este compromisso, que visa reforçar o trabalho de combate à pobreza e à exclusão social”, realçou.

Defendeu ainda que, nesta missão de luta contra a pobreza, a parceria entre a academia e a sociedade civil é crucial.

“Enquanto o terceiro setor dispõe da experiência prática do contacto diário com as realidades sociais, a academia oferece conhecimento teórico, metodologias e ferramentas de investigação. A integração destas dimensões é essencial para fundamentar políticas públicas sólidas e eficazes”, considerou.

Por sua vez, a reitora da Universidade dos Açores, Susana Mira Leal, destacou que vários investigadores da instituição têm desenvolvido “um trabalho notável” no estudo da pobreza, da exclusão e da inclusão social, no contexto das regiões insulares e dos Açores em particular.

“Tais estudos têm contribuído para uma melhor compreensão das dinâmicas de vulnerabilidade, das desigualdades territoriais e dos mecanismos de resiliência das comunidades pobres açorianas. O seu contributo científico tem sido essencial para informar políticas públicas e iniciativas locais mais justas e eficazes”, frisou.

Por outro lado, referiu que, com este protocolo, se pretende “aprofundar a relação entre a formação e o conhecimento académico, e a ação política e social”.

“Queremos fortalecer pontes entre a universidade e a sociedade civil, entre a formação, a investigação e a intervenção no terreno. Pois, sem isso, também a investigação, por si só, não cumpre a sua missão fundamental, que é a de transformação social, económica e política”, concluiu.