2018 promete ser um ano de muitas mudanças para os funcionários públicos
19 de dez. de 2017, 10:40
— Lusa/AO online
A
lei do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) descongela as progressões
na carreira para todos os funcionários públicos e quem reuniu as
condições durante os anos do congelamento (quem somou dez pontos na
avaliação de desempenho entre 2011 e 2017) terá um acréscimo salarial em
janeiro.O
acréscimo salarial decorrente do descongelamento das carreiras será pago
em quatro vezes, durante dois anos: os primeiros 25% são pagos em
janeiro de 2018, os segundos em setembro, depois em maio de 2019 e a
última fração em dezembro.Segundo
o Governo, cerca de 80% dos funcionários públicos terão direito a
progredir na carreira no próximo ano, estando prevista no OE2018 uma
despesa líquida de 211 milhões de euros com a medida.Nas
carreiras cuja progressão depende sobretudo da contagem do tempo, como é
o caso dos professores, o Governo vai negociar o processo de
descongelamento com os representantes dos trabalhadores.Também as promoções, nomeações ou graduações serão descongeladas em 2018, incluindo as que dependem da abertura de concursos.Outra
medida que terá impacto no rendimento dos trabalhadores da
administração pública é a reposição do regime de pagamento do trabalho
extraordinário que está previsto na Lei Geral do Trabalho em Funções
Públicas. O
valor das horas extraordinárias deixa assim de sofrer o corte de 50% que
estava a ser aplicado e passa a ser pago da seguinte forma: acréscimo
de 25% da remuneração na primeira hora, 37,5% nas horas e frações
seguintes. Aos feriados, o acréscimo previsto na lei é de 50%. A
reposição será feita sem retroativos.No
setor público empresarial, passa a ser aplicável o disposto em
instrumentos de regulamentação coletiva do trabalho, nos casos em que
estes existam.Quanto
ao subsídio de refeição da função pública, o valor no próximo ano
mantém-se em 4,77 euros por dia, mas deixa de ser sujeito a impostos e a
descontos para a Segurança Social.Já
o subsídio de Natal passa a ser pago por inteiro e não em duodécimos, o
que poderá reduzir o rendimento disponível mensal aos trabalhadores
logo em janeiro. No
próximo ano deverão também ter lugar os concursos para integrar os
trabalhadores precários que se candidataram ao Programa de Regularização
Extraordinária dos Vínculos Precários da Administração Pública
(PREVPAP). De
acordo com os dados do Governo, há cerca de 31 mil requerimentos de
trabalhadores precários a exercer funções permanentes que pretendem
regularizar o seu vínculo laboral. O processo de regularização dos
precários “será tendencialmente neutro do ponto de vista orçamental”,
diz o executivo.