2013 foi de crescimento no turismo no Douro mas também de fechos na restauração

28 de dez. de 2013, 12:47 — Lusa / AO online

  “De uma forma geral foi um bom ano para o turismo no Douro e um ano de crescimento”,afirmou hoje à agência Lusa José António Fernandes, presidente da Associação de Empresários de Hotelaria e Turismo do Douro (HTDouro). A HTDouro possui 486 associados espalhados pelos 23 concelhos da NUT III Douro. O responsável referiu que algumas unidades hoteleiras da região sentiram um aumento na ordem dos 06 a 07% na taxa de ocupação, comparativamente com 2012. E, segundo explicou, as quebras de visitantes provenientes dos tradicionais mercados, como o espanhol ou francês, foram compensadas com novos mercados. “Há cerca de um ano, um ano e meio, apareceram os brasileiros e agora apareceram os holandeses”, salientou. A estes, o responsável acrescentou os chineses e os angolanos que, para além de visitarem também vêm, em alguns casos, em busca de negócios, comprando quintas e vinhas. José António Fernandes considerou que o Douro “está a ficar na moda”, mas acredita que ainda é preciso “lutar muito” para fazer chegar ao território a dinâmica sentida atualmente no Porto. “Para nós o Túnel do Marão é decisivo. Enquanto não concluírem a obra nós não vamos sentir essa dinâmica de crescimento do litoral”, frisou. A construção da Autoestrada do Marão, que vai ligar Amarante a Vila Real e que inclui um túnel rodoviário de 5,6 quilómetros, está parada há dois anos e meio. Para José António Fernandes, esta infraestrutura vai trazer “mais segurança, comodidade e poupar meia hora na viagem”. “Na minha opinião o Túnel do Marão será uma âncora para o desenvolvimento finalmente do turismo do Douro”, sustentou. Em 2013, o número de turistas cresceu mas, em contrapartida, houve também mais encerramentos nos negócios ligados à restauração. De acordo com os dados da HTDouro, em relação a 2012, foram “mais 10 a 15%” de unidades a encerrar. Fecharam, segundo o responsável, “seguramente 200” restaurantes e cafetarias um pouco por todo o território e em resultado do aumento dos impostos e dos cortes nos salários, que afastam os clientes. “E, quando nós pensávamos, tínhamos uma esperança, que o IVA ia descer, afinal vai subir”, sublinhou. José António Fernandes prevê o aumento de 01% na taxa de IVA para os 24%, em resultado do chumbo do Tribunal Constitucional aos cortes nas pensões. “Nem é tanto o valor monetário. É sentir que há uma subida, o que, para nós, quer dizer que vamos no sentido errado”, frisou. O responsável defende que, em 2014, o Douro tem de apostar na diversificação da oferta. Para o efeito, a HTDouro vai começar a preparar a celebração da Semana Santa, em Lamego, uma iniciativa que visa incrementar o turismo religioso no território. Um dos grandes desafios para o próximo ano será também preparar os empresários locais para aumentarem a oferta “em terra”, de forma a “atrair mais” os milhares de turistas que todos os anos sobem o Douro de barco.