17 suspeitos do atentado em Istambul ficam em prisão preventiva e 29 serão deportados
18 de nov. de 2022, 14:30
— Lusa/AO Online
As autoridades
turcas não disseram as nacionalidades das pessoas que serão deportadas,
segundo a agência de notícias oficial Anadolu.A
Anadolu referiu que 49 detidos foram interrogados pelo Ministério
Público e depois colocados à disposição do juiz, que decretou as medidas
judiciais.Outros três suspeitos permanecerão sob vigilância judicial e outros dois estão a ser interrogados.Todos
as pessoas que ficaram em prisão preventiva são acusadas de crimes como
"destruição da unidade e integridade do Estado", "homicídio
premeditado" ou "colaboração em homicídio".De
acordo com a agência Anadolu, a cidadã síria Ahlam Albashir, acusada de
ter colocado a bomba na rua Istikal, no centro de Istambul, declarou
que a ordem para viajar para a cidade veio da milícia curda síria
Unidades de Proteção Popular (YPG), mas não lhe informaram o motivo,
sublinhando ainda que ameaçaram prejudicar a sua família se não o
fizesse.Ahlam Albashir declarou ainda que
percorreu por três vezes a zona do ataque e que não sabia que tinha uma
bomba na mochila que lhe deram para colocar na rua.No
domingo passado, a cidadã síria pegou um táxi em direção ao centro da
cidade com outros dos suspeitos - ambos ainda estão a ser procurados
pelas autoridades -, e depois sentou-se num banco na rua Istikal, onde
esperou 40 minutos até receber uma chamada a dizer para deixar a mochila
e sair do local.A YGP é considerada pela
Turquia uma organização terrorista, mas que tem sido apoiada pelos
Estados Unidos no combate contra o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico
(EI) na Síria.Ancara tem acusado Washington de financiar e fornecer equipamento militar ao YPG.A
milícia curda síria, a principal formação das Forças Democráticas
Sírias (FDS), instalados no norte e leste do país em guerra, e o Partido
dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) já desmentiram qualquer
envolvimento no atentado.Para as
autoridades turcas, o YPG constitui um prolongamento na Síria do PKK, a
guerrilha curda considerada terrorista por Ancara, Estados Unidos e
União Europeia.