Autor: Lusa/Ao online
"Para nós é assustador ver a explosão de vegetação de plantas muito resilientes, como eucaliptos, mimosas e acácia. Essa explosão foi de tal forma, que, passado um ano, estamos com medo, muito medo. Já nos alertaram que se hoje fossem reunidas as condições registadas naquela altura, estava tudo a arder na mesma", afirmou.
Em declarações à margem da conferência internacional "Consumidores e Justiça Ambiental", no Porto, Nádia Piazza disse que continua a não haver um ordenamento florestal no terreno, apesar do esforço das populações na limpeza das matas e na gestão das faixas de combustível.
A presidente da Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande reconhece que tem havido empenho no sentido de encontrar soluções para a gestão e ordenamento do território, mas essas soluções ainda não estão a ser implementadas no terreno.
Nádia Piazza dá como exemplo a empresa Pública de Desenvolvimento e Gestão Florestal anunciada pelo Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, que “ainda não começou a desenvolver o seu trabalho”.
"Quando é que vão começar a fazer o arrendamento dos terrenos? É suposto essa empresa sediada em Figueiró do Vinhos dar o exemplo. Tem que fazer o arrendamento das terras a quem as quiser entregar e das terras devolutas de quem não indicou propriedade. Devia ter sido já. Demoramos muito para dar essa resposta no terreno", defendeu.