Açoriano Oriental
Victor Ianukovitch não tenciona levar Ucrânia para a NATO
Victor Ianukovitch, vencedor das eleições presidenciais na Ucrânia, considera que o formato das relações entre o seu país e a NATO está “definido” e “não será alargado”.

Autor: Lusa / AO online

“A Ucrânia irá edificar as suas relações com a NATO em conformidade com esse formato. Respondemos claramente à pergunta da adesão da Ucrânia à NATO. Essa questão não se colocará em breve mas, se surgir, será resolvida num referendo nacional”, declarou Ianukovitch, numa entrevista a canais de televisão russos.

O vencedor assinalou que é possível a participação do seu país no sistema de segurança europeia, proposto pela Rússia.

Ianukovitch admitiu que a Armada Russa do Mar Negro, que se encontra instalada no território ucraniano, poderá continuar aí depois de 2017, quando terminar a vigência do atual acordo bilateral.

“Não excluo isso... Discutiremos essa questão em breve. Essa questão será resolvida não em prejuízo da Rússia, segundo os interesses nacionais da Ucrânia. Encontraremos uma solução”, frisou.

O dirigente do Partido das Regiões revelou também a intenção de voltar à ideia da criação de um consórcio de gás com a participação da Rússia e da União Europeia.

“Há cinco anos, propus a criação de um consórcio de trânsito de gás que nos permitiria modernizar a rede de gás ucraniana e aumentar as quantidades transportadas (para a Europa) de 60 a 80 mil milhões de metros cúbicos, para 200 mil milhões por ano”, precisou.

Essa ideia foi rejeitada pelo Presidente cessante, Victor Iuschenko, e pela primeira ministra, Iúlia Timochenko.

“Em vez disso, vimos o início da construção de condutas que contornam a Ucrânia”, lamentou Ianukovitch, precisando: “Esses gasodutos [Corrente do Norte e Corrente do Sul, criados pela Gazpriom e seus parceiros alemães e italianos] serão construídos e, depois, o nosso sistema transportará bem menos gás”.

Cerca de 80 por cento do gás russo exportado para a UE passa pela Ucrânia.

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