Autor: Lusa/AO Online
Na apresentação da candidatura, na sede do PS, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, Vasco Cordeiro afirmou que “o sonho e a ambição” que tem para o progresso dos Açores não estão ainda plenamente realizados, exemplificando que ambiciona mais na criação do emprego, na Educação ou na Saúde.
Ao resumir as razões da recandidatura, o líder do PS/Açores e presidente do Governo Regional realçou ainda o “dever de lutar pelo povo destas ilhas, honrando o legado” que lhe foi transmitido e, no que concerne à autonomia, salientou a importância de se estar “sempre vigilantes e prontos”.
“Vigilantes e prontos face aos autonomistas de fachada de cá e vigilantes e prontos face aos antiautonomistas confessos de lá, defendendo, intransigentemente, a nossa capacidade e o nosso direito de sermos nós, açorianos, os senhores do nosso destino”, disse.
Vasco Cordeiro, que se candidata a um segundo mandato, recordou o novo ciclo político iniciado com a vitória do PS nas últimas eleições regionais, em 2012, que o elegeram presidente do Governo Regional, e lembrou a crise financeira e económica e o “brutal programa de ajustamento orçamental” concretizado pelo anterior executivo de Lisboa.
Destacando “uma austeridade sem contemplações sobre famílias e empresas”, o líder do PS/Açores realçou também, neste período, “uma pressão constante” sobre a autonomia e sobre as competências e poderes do parlamento e do Governo dos Açores.
A este propósito, o socialista exemplificou com “a contestação, por parte do representante da República, do poder de os Açores modularem medidas de apoio social como a remuneração complementar”.
No final de 2013 foi tornada pública a decisão do representante da República para os Açores, Pedro Catarino, de solicitar a fiscalização preventiva do Orçamento dos Açores para 2014, por dúvidas quanto à alteração do regime de remuneração complementar dos funcionários da administração regional.
Acresce, segundo Vasco Cordeiro, a “tentativa de usurpação dos direitos dos açorianos” sobre o mar.
Vasco Cordeiro apontou ainda a redução significativa da presença norte-americana na base das Lajes, na ilha Terceira, ou a “turbulência dos preços nos mercados dos produtos lácteos, afetando um setor basilar” da economia açoriana, a agricultura.
“Em todos estes combates, o PS/Açores esteve ao lado das famílias e das empresas açorianas, trilhando um caminho próprio”, declarou, enumerando medidas desenvolvidas para combater a retração económica, como a diminuição dos impostos ou o aumento dos apoios sociais.
O líder do PS nos Açores referiu que, “no meio de toda esta conjuntura”, se avançou igualmente em áreas estruturais para o desenvolvimento da economia e para a autonomia, realçando, entre outras, a negociação do novo quadro comunitário de apoio ou o novo modelo de acessibilidades aéreas.
Aos jornalistas, Vasco Cordeiro afirmou que “a candidatura a presidente do Governo [Regional] é também obviamente o que está em causa neste processo”, mas a razão que motiva esta candidatura “não é a questão de ganhar as eleições regionais”, que se realizam este ano, embora tal possa ser o “fruto da confiança” no trabalho do PS.
Questionado sobre qual o candidato presidencial que vai merecer o seu apoio, Vasco Cordeiro apenas disse que o PS/Açores “segue a orientação que foi definida a nível nacional”.
As eleições diretas para o PS/Açores realizam-se nos dias 15 e 16 de janeiro e o XVI Congresso Regional terá lugar nos dias 18, 19 e 20 de março, em São Miguel.