Açoriano Oriental
Covid-19
Variante da África do Sul aumenta em Portugal e gera preocupação

A variante do vírus SARS-CoV-2 identificada na África do Sul está a gerar “alguma preocupação” pelo crescimento recente em Portugal, admitiu o investigador João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Variante da África do Sul aumenta em Portugal e gera preocupação

Autor: Lusa/AO Online

“No que diz respeito à variante da África do Sul, temos até à data de hoje 53 casos confirmados. Temos de estar muito atentos ao controlo de fronteiras, não só ao nosso, mas ao dos outros, porque esta variante é preocupante. Há de facto alguma preocupação, um aumento de casos com algum significado”, frisou, sublinhando: “O que estamos a ver é a ponta do icebergue”.

Numa intervenção, na reunião que junta, no Infarmed, em Lisboa, especialistas, membros do Governo e o Presidente da República, para fazer uma avaliação da situação epidemiológica, o especialista na análise das mutações do vírus responsável pela pandemia de Covid-19 declarou que a variante sul-africana exige atenção.

De acordo com o investigador do INSA, a variante da África do Sul era responsável por 0% dos casos de Covid-19 em Portugal em janeiro e no mês de março teve um “crescimento significativo”, ao representar 2,5% dos casos.

Apesar de reconhecer que está em linha com a maioria dos países europeus, João Paulo Gomes estimou que esta variante tenha cerca de 200 casos a circular em Portugal e que tenha chegado também a partir de Moçambique e de Espanha.

Quanto às outras variantes de preocupação, a associada ao Reino Unido é já tida como dominante, ao ter atingido os 83% no mês passado, sendo “normal que já passe esse número”, segundo o especialista.

“Temos de nos conformar com o domínio na nossa situação epidemiológica de uma variante mais transmissível”, observou.

João Paulo Gomes adiantou também que a variante associada à cidade brasileira de Manaus correspondeu até ao momento a 29 casos confirmados em solo nacional, o que se traduz em 0,4% dos casos em março, algo que descreveu como uma “ótima notícia” pelos “níveis residuais” de disseminação. Já a variante brasileira P.2 (diferente da variante de Manaus) significou somente 0,1% dos casos no mês passado.

“No que diz respeito à vigilância das variantes de preocupação, a situação atual não é impeditiva da continuação do plano de desconfinamento”, na opinião do investigador do INSA, que reiterou apenas a necessidade de manutenção da vigilância.


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