Autor: Lusa/AO Online
“A Universidade dos Açores é tripolar e deve ser. Não foram identificados grandes problemas orçamentais. Há muitas oportunidades de atrair e diversificar novas formas de financiamento”, disse aos jornalistas Manuel Heitor, no final de uma visita de dois dias aos Açores.
O reitor da academia, João Luís Gaspar, defendeu a 11 de janeiro, na sessão comemorativa dos 40 anos da instituição, ser da “mais elementar justiça” que os governos da República e dos Açores assegurem 1,5 milhões de euros relativos aos custos de insularidade e da denominada tripolaridade da universidade (com polos em três ilhas).
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que falava no polo universitário de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, especificou que a via de financiamento poderá ser assegurada no âmbito europeu e pela cooperação transatlântica.
“Iremos trabalhar com a equipa reitoral para reforçar a presença da Universidade dos Açores e dos seus investigadores na cooperação de âmbito europeu. Penso que, com isso, podemos ajudar a diversificar as fontes de financiamento à academia açoriana, que é hoje um espaço com uma relevância que ultrapassa as fronteiras da região e de Portugal”, disse.
Manuel Heitor frisou que as competências reunidas na Universidade dos Açores “têm de ser percebidas sempre num contexto de relevância internacional”, sendo nesse contexto que se vai trabalhar com o reitor, e disponibilizou-se para discutir estas temáticas a nível da Comissão Europeia.
O ministro afirmou desconhecer a informação já referida pela academia açoriana de que os custos da insularidade se estimam em 800 mil euros, acrescentando que o orçamento de 2016 fixado para a Universidade dos Açores “está estável”.
“Aquilo com que estamos a trabalhar é na diversificação das fontes de financiamento públicas e privadas e é isso que faz qualquer grande instituição. Hoje não faz sentido hoje perceber uma universidade ou uma instituição de investigação apenas com o Orçamento do Estado”, declarou Manuel Heitor.
O reitor da Universidade dos Açores afirmou, por seu turno, em relação aos custos de insularidade, que existem “problemas no país” que impedem o financiamento que se gostaria de ter.
O ministro, salvaguardou o reitor, afirmou que “se só dependesse dele as verbas do ensino superior em Portugal seriam ainda maiores”.
João Luís Gaspar acrescentou que o ministro e o presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia estão a procurar linhas estratégicas para o desenvolvimento da investigação científica que podem ser uma “grande alternativa” para o financiamento da Universidade dos Açores.