Açoriano Oriental
União das principais tendências na primeira reunião magna após acordo com PS
O Bloco de Esquerda (BE) organiza este fim de semana em Lisboa a sua X Convenção, ficando de lado as divisões registadas em 2014, e com o partido a posicionar-se para as negociações sobre o próximo Orçamento do Estado.
União das principais tendências na primeira reunião magna após acordo com PS

Autor: Lusa/AO Online

Na reunião serão debatidas e votadas três moções de orientação política, sendo que a primeira, afeta à direção, junta as principais tendências do BE, ao contrário do que se passou em 2014 quando a IX Convenção terminou sem uma liderança do partido, após um empate entre as listas de João Semedo e Catarina Martins e a de Pedro Filipe Soares na eleição para a Mesa Nacional.

A Mesa aprovaria dias depois uma comissão permanente, órgão informal constituído por seis pessoas, que teve como porta-voz a até então coordenadora - a meias com João Semedo - Catarina Martins, mas este ano há a forte possibilidade, indicaram várias fontes do Bloco contactadas pela agência Lusa, de ser abandonado este órgão.

Segundo uma notícia avançada pelo Diário de Notícias, Catarina Martins deixará de funcionar como porta-voz e retomará o papel de coordenadora, agora numa liderança a solo.

O encontro que arranca no sábado tem a particularidade de ser a primeira convenção bloquista que se realiza desde que o partido formalizou, com o PS, um acordo de incidência parlamentar que foi fundamental para garantir a chegada ao poder no final do ano passado do executivo socialista liderado por António Costa.

Em entrevista à agência Lusa, a porta-voz Catarina Martins reconheceu que o Bloco é, nesta fase, um partido com "mais responsabilidades", e sinalizou que melhorar a situação dos pensionistas e abordar questões ligadas ao emprego e combate ao desemprego estarão entre as prioridades nas negociações com PS e Governo para o Orçamento de 2017.

Catarina Martins intervirá na abertura da convenção, na manhã de sábado, e o resto do dia será dedicado à discussão e votação de propostas de alteração de estatutos e à apresentação e debate das moções de orientação política.

De tarde serão abertas as urnas para a eleição dos órgãos nacionais do partido, ao passo que no domingo de manhã serão votadas as moções políticas e a porta-voz Catarina Martins intervêm novamente, agora na sessão de encerramento dos trabalhos.

A moção conjunta que as principais tendências do BE levam à convenção - a moção A, "Força da esperança - o Bloco à conquista da maioria" - elegeu 523 delegados, que comparam com 60 delegados (9,39%) eleitos pela moção R - "Crescer pela Raiz - A radicalidade de reinventar a política" - e 33 delegados (5,16%) pela moção B - "Mais Bloco".

As coligações pré-eleitorais nas próximas autárquicas são um dos pontos divergentes entre as moções a discussão na convenção, como ficou demonstrado numa sessão promovida e difundida ‘online' pelo site esquerda.net no final de maio.

As eleições deste ano nos Açores e o sufrágio autárquico de 2017 são outro dos pontos que todas as moções abordam e que merecerá debate no encontro de Lisboa.

A X Convenção do Bloco de Esquerda realiza-se na capital, no sábado e no domingo, sendo antecedida na sexta-feira à noite por uma sessão internacional com o mote "O tempo dos movimentos na Europa".

O mote da X Convenção, que decorre no pavilhão do Casal Vistoso, é "Mais força para vencer".

O BE foi fundado em 1999 por Francisco Louçã, Luís Fazenda, Miguel Portas e Fernando Rosas e através da aproximação da UDP, do PSR e da Política XXI, três partidos hoje sob a forma de associações políticas e que representam as correntes fundadoras do partido.

Desde as legislativas do ano passado, o partido tem o maior grupo parlamentar da sua história, somando agora 19 deputados na Assembleia da República depois de ter obtido 10,2% dos votos nas eleições de outubro de 2015.

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