Autor: Lusa/Açoriano Oriental
Em Estrasburgo, durante a reunião plenária onde decorre a maratona eleitoral para a presidência do Parlamento Europeu, o líder da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa - ALDE preferiu "não entrar em pormenores".
"Tenho utilizado a palavra ilusão. É uma ilusão pensar que se pode ter todas as vantagens do mercado único e união alfandegária e, ao mesmo tempo, não as obrigações que lhe estão associadas, por exemplo a liberdade de circulação", defendeu.
O antigo chefe de Governo belga, que durante a manhã abdicou da candidatura a sucessor do socialista alemão Martin Schulz a favor do italiano Antonio Tajani (PPE), realçou que os progressos na negociação não serão conseguidos "sob ameaças", como se começarem a dizer que, "se os parceiros europeus não aceitarem, far-se-á da Grã-Bretanha uma espécie de zona franca ou paraíso fiscal".
"Toda a gente quer isso (o processo terminado em dois anos). Não podemos ter eleições europeias em 2019 ainda com esta questão por resolver. O calendário para um acordo é de 14/15 meses. Se começarmos em abril/maio, temos de estar preparados até ao final de 2018. Depois, o PE tem de dar 'luz verde' ao que for acordado", descreveu
Questionado sobre um futuro tratado específico para as relações económicas e comercias com o Reino Unido, Verhofstadt reiterou ser "uma ilusão pensar-se em ter todos os benefícios sem quaisquer obrigações e só vantagens".
"É bom ter havido clareza sobre deixar a União Europeia, a união alfandegária e o mercado único", vincou, lembrando que também será deixada para trás a participação em programas europeus.
May expôs antes os planos para a negociação da saída do Reino Unido da UE, indicando que poderá ativar o artigo 50.º do Tratado de Lisboa antes do final de março, o que dará início ao período de dois anos de negociações sobre os termos do 'Brexit', decidido no referendo de junho de 2016.
A líder do Governo britânico confirmou que o 'Brexit' vai implicar que o Reino Unido abandone o mercado único europeu porque Londres quer restringir a entrada no país de imigrantes provenientes da UE, assegurando ir tentar negociar um acordo comercial com a UE "o mais alargado possível".
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