Autor: AO Online/ Lusa
O presidente Putin propôs na sexta-feira a realização de uma cimeira da ONU com a Alemanha e o Irão, para discutir o dossiê nuclear iraniano, numa altura em que se vivem fortes tensões sobre um eventual prolongamento do embargo internacional à venda de armas a Teerão.
"Provavelmente não. Eu penso que vamos esperar para depois das eleições", afirmou Donald Trump, questionado pelos jornalistas sobre uma eventual participação nessa cimeira.
No entanto, o chefe de Estado prometeu uma resposta sob a forma de 'snapback', um mecanismo que constitui uma espécie de direito de veto ao contrário, depois da humilhação sofrida por Washington, quando o Conselho de Segurança rejeitou uma proposta que visava prolongar o embargo.
"Nós conhecemos o sentido da votação, mas faremos um 'snapback'. Vocês vão saber na próxima semana", acrescentou.
O embargo à venda de armas a Teerão vai expirar em 18 de outubro, segundo os termos da resolução que aprovou o acordo nuclear internacional, concluído em julho de 2015 entre o Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) e também com a Alemanha.
Washington retirou-se unilateralmente deste acordo em maio 2018, impondo pesadas sanções ao Irão, e tentou agora prolongar o embargo de venda de armas convencionais a Teerão.
A hipótese de um 'snapback' americano supõe que seja validado o argumento de que os Estados Unidos participam do acordo nuclear, e podem forçar um regresso às sanções se constatarem violações do compromisso iraniano.
Na sexta-feira, Putin, num comunicado divulgado pelo Kremlin, disse que "as discussões no Conselho de Segurança da ONU sobre a questão iraniana estão a tornar-se cada vez mais tensas".
"A situação está a piorar”, alertou o Presidente russo, acrescentando que o objetivo do encontro seria "estabelecer medidas que permitam evitar um confronto e um agravamento da situação no Conselho de Segurança da ONU”.
“A questão é urgente”, sublinhou Putin, alertando para o “aumento das tensões” e o “alto risco de um conflito real”.
A China e a Rússia, que tal como todos os membros permanentes do Conselho de Segurança têm direito de veto, opõem-se ao prolongamento do embargo.