Açoriano Oriental
Tribunal de Oeiras rejeita candidatura de Isaltino Morais, que vai recorrer

O candidato independente à Câmara de Oeiras Isaltino Morais disse hoje que vai recorrer da decisão do Tribunal de Oeiras por ter rejeitado a candidatura devido a "irregularidades" na lista apresentada para as próximas eleições autárquicas.

Tribunal de Oeiras rejeita candidatura de Isaltino Morais, que vai recorrer

Autor: Lusa/AO Online

As 31.000 assinaturas recolhidas pelo candidato do movimento Isaltino - Inovar Oeiras de Volta foram entregues na semana passada, mas um despacho do juiz Nuno Cardoso refere que não estão devidamente identificados os candidatos apresentados na lista.

Em conferência de imprensa, Isaltino Morais confirmou que já foi notificado pelo Tribunal e garantiu que cumpriu a lei e, por isso, vai recorrer, levantando ainda suspeitas de que a decisão do juiz poderá estar relacionada com relação de amizade com o atual presidente da Câmara de Oeiras e também candidato, Paulo Vistas.

"A nossa candidatura respeitou escrupulosamente a lei ao seu mais ínfimo pormenor. Ao longo do processo de recolha de assinaturas e em todos os pontos de recolha, a candidatura do grupo de cidadãos eleitores teve presente a lista de todos os candidatos com vista a que todos conhecessem a lista inequivocamente", assegurou Isaltino Morais.

O ex-autarca, que em abril anunciou o seu regresso à Política como candidato à Câmara de Oeiras depois de ter sido preso, considerou que "rejeitar a candidatura é um absoluto desrespeito pelos milhares de cidadãos que livremente a subscreveram".

Isaltino Morais disse também estranhar a decisão do juiz, acusando a candidatura de Paulo Vistas (seu antigo antecessor e atual adversário) de não ter apresentado ela nenhuma lista de candidatos, havendo um auto da PSP que o prova.

"É inacreditável esta disparidade de critérios do mesmo juíz. Não queremos crer que esta rejeição possa ter sido influenciada por relações de amizade ou familiares com Paulo Vistas", afirmou Isaltino Morais, adiantando que o atual presidente da câmara foi padrinho de casamento do juíz e que, por isso, "deveria ter-se dado incompatível".

Aparentemente tranquilo, como o próprio se descreveu, Isaltino Morais admitiu não ser fácil encarar a decisão judicial.

"Eu sabia que esta lista seria escrutinada até à exaustão, mas o argumento que é dado de que os subscritores não conheciam inequivocamente o candidato, isso não. O nome e os dados estão lá", sustentou.

Isaltino Morais prometeu uma "noite longa" para apresentar o recurso da decisão do Tribunal e não excluiu a hipótese de apresentar queixa contra o juíz.

"O país não pode ficar alheio a situações destas", concluiu.

Isaltino Morais, eleito pela primeira vez em 1985 pelo PSD e que depois se tornou independente, abandonou o executivo quando foi detido, a 24 de abril de 2013, para cumprir dois anos de pena de prisão, por fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Um ano depois, a 24 de junho de 2014, saiu em liberdade condicional para cumprir o resto da pena em casa.

Paulo Vistas foi seu vice-presidente e venceu as últimas eleições autárquicas de 2013 pelo movimento Isaltino, Oeiras Mais À Frente. O atual presidente da câmara "abandonou" Isaltino e vai recandidatar-se nas próximas eleições pelo movimento Independentes, Oeiras Mais À Frente.

Para as eleições de 01 de outubro em Oeiras foram já anunciados como candidatos, além de Isaltino Morais, Paulo Vistas (IOMAF), Heloísa Apolónia (CDU), Pedro Perestrello (PNR), Ângelo Pereira (PSD,CDS-PP), Joaquim Raposo (PS), Pedro Torres (PAN) e Miguel Pinto (BE).

 


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