Três interpelações e um debate de urgência marcam agenda parlamentar nos Açores
16 de out. de 2023, 17:57
— Lusa
O
último plenário antes do debate do Plano e Orçamento para 2024
(agendado para novembro) tem apenas 11 pontos na ordem de trabalhos, com
destaque para as interpelações apresentadas, curiosamente pelos mesmos
partidos que formam o executivo de coligação, liderado pelo
social-democrata José Manuel Bolieiro.A
primeira interpelação é apresentada pelos deputados do PPM e está
relacionada com a polémica Lei do Mar, recentemente discutida e votada
na generalidade, na Assembleia da República, com abstenção dos deputados
do PS eleitos pelos Açores, mesmo depois de o parlamento açoriano ter
emitido um parecer negativo sobre o diploma.A
segunda interpelação ao Governo Regional é da autoria do grupo
parlamentar do CDS-PP e refere-se ao tema da ação climática e da
transição energética, que os centralistas pretendem liderar no
arquipélago, até porque tutelam esta área governativa nos Açores.A
terceira e última interpelação vem da bancada do PSD e tem a ver com a
cooperação técnico-financeira entre o executivo e o poder local, que os
sociais-democratas querem reforçar.A ordem
de trabalhos do plenário de outubro da Assembleia Legislativa dos
Açores inclui ainda um debate de urgência, proposto pelo Bloco de
Esquerda, sobre “serviços públicos essenciais” para o arquipélago, como a
saúde, a educação e os transportes, entre outros.Destaque
ainda, na ordem de trabalhos desta semana, para a proposta do PAN que
defende “o fim das touradas” nos Açores e a “reconversão das praças de
touros” em recintos para espetáculos culturais ou desportivos, matéria
que tem gerado polémica, devido à tradição que as corridas de touros têm
em algumas ilhas.O Governo Regional leva
também ao parlamento uma proposta que define os termos da participação
dos municípios da região na receita do IVA (Imposto sobre o Valor
Acrescentado) de alguns setores como o alojamento, restauração,
comunicações, eletricidade, água e gás.O
Governo de coligação (PSD, CDS-PP e PPM) tem maioria parlamentar nos
Açores devido aos acordos com o Chega, com a Iniciativa Liberal e com o
deputado independente (ex-Chega), mas alguns deles já romperam,
entretanto, os entendimentos com os partidos que estão no executivo,
razão pela qual o resultado da votação do Plano e Orçamento para 2024
continua a ser uma incógnita.