Açoriano Oriental
Trabalhadores do Montepio manifestam-se hoje contra "despedimento encapotado"
Os antigos trabalhadores do Finibanco, agora no Montepio Geral, vão manifestar-se hoje em frente à sede da caixa económica, em Lisboa, contra a transferência do Porto para Lisboa, já classificada como “despedimento encapotado” pelos sindicatos.

Autor: Lusa/AO Online

A manifestação foi convocada pelo Sindicato dos Bancários do Norte (SBN), em conjunto com a Federação do Setor Financeiro (FEBASE) e os sindicatos dos Bancários do Centro e Sul, como disse à Lusa o presidente do SBN, Mário Mourão.

Em causa está o processo de transferência de cerca de 200 trabalhadores dos antigos serviços centrais do Finibanco no Porto e em Rio Meão para Lisboa, procurando evitar, segundo afirmou à Lusa fonte oficial da instituição, duplicações de serviços.

De um total de mais de 200 funcionários que faziam parte do Finibanco antes da Oferta Pública de Aquisição do Montepio Geral em julho de 2010, apenas oito terão decidido rescindir contrato em alternativa à transferência, enquanto 41 já estão a trabalhar em Lisboa, na sequência do processo encetado pela instituição mutualista liderada por Tomás Correia.

Segundo a mesma fonte, 124 encontram-se “em processo de transferência”, como parte de um “ajustamento organizacional que resulta da aquisição do Finibanco” comunicado aos trabalhadores desde 04 de dezembro de 2010, tendo por base “a necessidade de centralizar serviços”.

O SBN já na segunda-feira mobilizou várias dezenas de trabalhadores para se concentrarem diante das instalações do Montepio na Avenida dos Aliados, no Porto, para contestar as transferências, que Mário Mourão classificou de “despedimento selvagem e encapotado”.

O processo tem vindo a ser efetuado de forma faseada, apesar dos protestos dos sindicatos, sendo que na segunda-feira, segundo Mário Mourão, 15 trabalhadores tinham que se ter apresentado em Lisboa, enquanto mais de 20 têm como data para se mostrarem ao serviço o próximo dia 12 de dezembro.

Os sindicatos têm vindo a contestar a forma como o Montepio tem levado a cabo a transferência de trabalhadores, alegando que o ato vai contra o Acordo Coletivo de Trabalho do Setor Bancário, segundo o qual uma instituição “pode transferir o trabalhador para outro local de trabalho dentro da mesma localidade ou para qualquer localidade do concelho onde resida”, mas isso não pode ocorrer para outro concelho “se essa transferência causar prejuízo sério ao trabalhador, salvo se a transferência resultar da mudança total ou parcial do estabelecimento onde aquela presta serviço”.

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