Açoriano Oriental
Testemunhas contam horror que tomou conta de noite de celebração
Milhares de pessoas aterrorizadas viram uma noite de celebração em Nice transformar-se em horror quando um camião irrompeu pela multidão que assistia ao fogo de artifício do dia nacional de França, deixando um rasto de destroços e cadáveres.

Autor: Lusa/AO Online

Um repórter da agência de notícias AFP que assistia na quinta-feira à noite às celebrações do Dia da Bastilha naquela estância balnear no sul de França relatou ter ouvido os gritos dos espetadores quando o camião percorreu cerca de dois quilómetros ao longo da avenida marginal, levando tudo à frente.

"Foi o caos absoluto", resumiu Robert Holloway, acrescentando ter visto corpos a cair e destroços a serem lançados no ar à passagem do veículo, cujo condutor acabou por ser abatido pela polícia e que fez, num balanço provisório, pelo menos 75 mortos e 100 feridos.

Milhares de adultos e crianças tinham-se posicionado na avenida ladeada por palmeiras para esperar o espetáculo de fogo de artifício.

"Um camião daquele tamanho entrar pela 'promenade' e seguir mais ou menos em linha reta parece-me um ato deliberado", considerou o jornalista, acrescentando que teve apenas "alguns segundos para sair da frente" quando viu o camião surgir a 100 metros de si.

Outras testemunhas afirmaram ter ouvido tiros, mas as autoridades não confirmam que tal tenha acontecido, embora tenham divulgado que o veículo estava cheio de armas.

Às primeiras horas da madrugada, o camião, cujo vidro da frente ostentava muitos buracos de balas, estava rodeado por agentes da polícia francesa à frente de um hotel.

Roy Calley, que vive a cerca de 200 metros do local, disse à estação britânica BBC que "foi um pandemónio" quando a "atmosfera de celebração" se transformou em algo "bastante horrendo".

"As pessoas estavam a divertir-se. De repente, ouvi um estrondo gigantesco, como uma explosão ou uma colisão. Muitas pessoas gritavam e penso que a seguir se ouviram tiros".

A australiana Emily Watkins contou que estava a 50 metros do local do ataque, viu o camião na avenida mas não se lembra de o ter visto a mover-se: "Havia muita confusão", afirmou à Australian Broadcasting Corporation.

"Havia muitos gritos à nossa frente, onde o camião estava, e as pessoas corriam na nossa direção. Não sabíamos o que se passava mas corremos também. Enquanto isso ouvimos o que na altura me pareceu ser mais fogo de artifício", afirmou.

Emily Watkins contou que "as pessoas tropeçavam e tentavam entrar nos hotéis, restaurantes, parques de estacionamento ou qualquer lado para onde pudessem entrar para fugir da rua".

"Com cada estrondo que ouvíamos atrás de nós, as pessoas começavam a correr mais depressa, foi uma cena muito caótica", acrescentou David Cody, outro australiano.

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